TENHO UMA PROPOSTA

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{3 de junho de 2025}

Simplesmente bombástico.

Noite. Parece um lote de terreno, capinado. O chão não parece ser cimento.

Um lote assim retangular, e num dos extremos, paralelo a parede menor desse retângulo, que inclusive parece ter um muro de lote de terreno, uma mesa retangular de madeira de uns um metro e meio de comprimento por um metro de largura.

Estou sentada na ponta esquerda da mesa, de frente para essa parede mais curta do terreno, a que estaria próxima da mesa, mas a mesa está entre nós, aliás, claro, se não eu estaria de costas para o muro ou parede. Não é parede, é muro. Lote não tem parede. Tenho na minha frente umas folhas A4 de papel e desde o início do sonho estou desenhando de forma meio distraída, quase como se estivesse fazendo doodles, mas vejo sim o que estou desenhando: seria uma cabeça masculina de frente.

Quando eu estava ou no Santa Clara ou no Rainha ou no Cristo Rei ou no Porto, não sei mais, desenhei uma cabeça masculina de frente, num traço super delicado, e atrás escrevi:

– Mar, não sei o quê não sei o que, tudo o que eu passei para te encontrar.

Não tinha pensado nessa frase até escrever. Ela se auto escreveu.

Aqui desenho uma cabeça masculina num traço mais grosso e rústico.

A minha esquerda, sentado na cabeceira da mesa, está o H.

Parece ligeiramente chateado e o motivo seria a seguinte situação:

Estávamos nós dois ali envolvidos em alguma atividade de cunho artístico, no qual eu havia tentado e tentado e tentado e tentado algo sem sucesso.

O próprio ambiente ali, aquele lote de terreno capinado mas sem absolutamente nada, à noite, aquela quase solidão, e uma sensação de que o H. está prestes a ir embora.

Ele vinha tentando me sugerir coisas e eu vinha pondo de lado.

Não que eu me achasse superior a ele, mas me considerava mais capacitada a saber o que seria melhor ali para a tal atividade artística, uma vez que ela tinha sido inventada por mim.

Eu era a “chefe” ali, então isso não era em detrimento dele, era o natural.

Mas eu, sem planejamento prévio nenhum, olho para ele e digo o seguinte:

– Tenho uma proposta.

Ele ergue os olhos, ainda meio chateado.

Então eu estendo a folha de papel com o desenho para ele. Terei que fazer esse desenho na vida acordada, algo assim não pode ser descartado como não importante.

Mas desenhei a cabeça masculina de frente, sem cabelos, e tem um grande espaço vazio ali no crânio.

Estendo o desenho e digo:

– Vou desenhar exatamente o que você me disser para desenhar.

Era isso que ele vinha, na medida ali da hierarquia das funções, tentando me sugerir. Mas como disse, até pode sim que tenha ver com eu me achar mais esperta, mas achava que ele não teria condições de saber o que seria melhor.

Mas essa proposta, aliás super sincera, eu estava sim me colocando inteiramente nas mãos dele, ainda que uma vozinha na minha cabeça gritasse “como assim? Ele é um moleque inexperiente, você vai deixar ele decidir tudo?"

Mas nada tinha dado certo até então.

E apesar de eu estar estendendo o desenho para ele, o significado desse gesto era ele me dizer o que eu iria desenhar dentro ali do espaço do crânio do homem, ou seja, dento da cabeça dele.

O que pode ser mais maravilhosamente literal que isso?

No que vejo ali o desenho, na ponta da minha mão, na mesa entre eu e ele, digo, também inesperadamente:

– É você.

Eu não havia estado desenhando intencionalmente o H., mas percebo que, talvez por ter estado olhando muito para a cara dele, afinal estávamos juntos ali fazia um bom tempo, os olhos, principalmente, tinham saido muito parecido com os dele e a forma da cabeça também.

O H. se anima e concorda.

Eu, ainda que não goste da minha própria atitude de meio que dar em cima dele, me inclino, me aproximo e o beijo na bochecha.

Ele fica constrangido, não saberia dizer se de uma jeito bom ou ruim, não é provável que tenha qualquer atração física por mim, sendo que eu tenho muita por ele, mas de qualquer forma, tem atração artística, tanto que está ali comigo e ainda não foi embora.

Ele dá uma risada desse tipo que sai como uma grunhido de porco.

Eu digo:

– Precisamos de luz.

Eu me levanto e vou então ao canto extremo do terreno.

Subindo num poste de uns 4 metros de altura está um fio elétrico, preso numa tomada que teria no alto desse poste.

Esse sonho parece uma retomada do sonho NÃO VOU GANHAR DESSA VEZ

Preciso colocar aquela pêra noutra tomada, para acender uma luminária ali perto da mesa.

A pêra está colocada, como disse, nessa tomada a uns 5 metros de altura, mas dando um leve balanceio no fio, como faço às vezes aqui no fio do carregador do celular, é o suficiente para soltar sem dificuldades.

Então levo o fio elétrico com essa tomada ou pêra, não sei o nome técnico, é tudo tomada, a gente insere a tomada na tomada, mas levo tudo de volta para a mesa e…

Um sutil mudança positiva está se operando.

O H. acendeu uma luminária dele.

O Rahuan acaba de voltar e sentar na mesa. A equipe, que de certa forma teria aos poucos abandonado o projeto por essa falta de resultado, volta a se reunir e então tenho, ao redor da mesa, luz e vida.

Teve o outro sonho impressionantíssimo, O HOMEM PÁSSARO

TENHO UMA PROPOSTA

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