Tem sonhos que tem símbolos que permanecem um mistério mesmo quando se repetem a vida toda.
E tem outros como esse, claro como água.
Estou num lugar que lembra a kit, mas ampliada.
Seria como uma reunião ali de poderes. Mas não tem ar grandioso.
Na verdade eu é que sei que aquilo é uma conversa entre minhas forças internas e externas, não sei que clima teria a coisa se não entendesse isso. Teria um clima bem banal, quase uma reunião de trabalho, acho.
Falo com uma figura que fica fora de cena, mas que claramente é como se fosse “ o chefe ” ali. Parece ser mais masculino do que feminino.
Ao meu lado está uma figura feminina e me cabe reportar sobre ela.
Como se eu fosse a chefe dessa figura.
Ela não pode falar por ela mesma, está como que subordinada a mim, e o que eu disser sobre ela será meio decisivo para saber se ela fica ou não naquele lugar.
O chefe irradia uma certa severidade, mas nada de mal.
A figura feminina é mostrada nitidamente.
É uma mulher dessas tão destituídas de beleza que podem parecer muito mais velhas do que são, tipo aquela JoutJout, que quando vi pela primeira vez achei que tinha uns 50 anos, e não fui só eu.
Mas essa JoutJout sempre me irritou um pouco e aqui no sonho não é o caso.
A moça, ou mulher, porquê calculo menos de 40, me desperta carinho, mesmo que a rigor se fosse comparar fisicamente com alguém,seria a Lili do SBT, que era minha inimiga e murchou o pneu do meu carro.
Essa figura tinha bem uma biótipo da Lili, só que mais jovem, não tinha ar desgastado e irradiava uma energia boa e pura.
Era muito, muito humilde, não de classe social, mas de espírito.
Muito humilde mesmo.
Todo o ponto aqui é a minha atitude em relação a ela, que mudou.
Não se configura como era antes. Mas agora o que houve é que estou protetora em relação a essa figura.
Não superprotetora, condescendente. Mas vou contra algo.
Havia algo ali meio instalado no sentido de se desfazer dessa figura, tanto moral como de fato, tipo mandar ela embora, porquê as coisas não estavam perfeitas.
Era isso que costumava ocorrer, essa figura levava uma descompostura e era mandada embora.
Mas eu é que mudo de visão. Não encaro mais dessa maneira.
Não que a decisão fosse só minha, mas estando ali diretamente encarregada dela, o que eu dissesse ou não dissesse era fundamental.
E o que eu digo, com a máxima das sinceridade, olhando para a figura com carinho é:
– Ela tem uns probleminhas de disciplina...
E até aqui a coisa ia no rumo de sempre, criticas e desavaliações.
– ...mas é sincera, honesta, de bom coração, esforçada, leal....
Não lembro das palavras que uso. A primeira parte da frase está exata, falo isso mesmo, mas os adjetivos que uso para expressar o que vejo de bom na moça não lembro,mas tem esse sentido,de serem referente a pureza das intenções e dedicação dela.
A moça se mantém na sua humildade, nem chega a esboçar uma reação, a não ser um alívio de ver que não será mandada embora.
A figura fora de cena, que detém o poder maior, mantém sua severidade, mas parece aprovar minha atitude. E eu estou muito comovida, quase com lágrimas nos olhos.
OK, a explicação.As coisas não estão saindo tão espetaculares quanto eu pretendia, ou tão bem sucedidas quanto eu pretendia, mas reconheço os méritos dessa parte minha que está se esforçando de forma tão autêntica e dedicada. Não vou passar uma descompostura e mandar ela embora, como provavelmente fazia antes. E isso tem ocorrido na vida real. Não faço mais comigo mesma o que fazia antes quando me defrontava com os resultados insatisfatórios dos meus esforços. Fico do meu lado. Acho que isso é um progresso.
Agora, o que vem como elemento inesperado e que não posso ignorar, é que, se a minha crítica é justa e equilibrada, isso quer dizer que ainda tenho problemas de disciplina.
Achava que não tinha mais, mas tenho que acatar minha própria autocrítica que vem em sonho. Pelo jeito tenho sim.
SONHOS COM ESSA PERSONAGEM " A POBRE MOÇA DESPROVIDA "
IMAGE CREDITS BEN TOMS | KENDALL JENNER | DAZED AND CONFUSED WINTER 2014