{11 de dezembro de 2024}
Lembranças fragmentadas.
Ando com um grupo. Penso muito deprimidamente que a essa altura ainda estou tentando montar essa loja, até quando vou ficar tentando montar essa loja?
Penso em tirar minhas taças do depósito e montar uma loja apenas para ter uma loja, mas que loja é essa se não vende?
Me sinto muito derrotada.
Mas os filmes e a capacidade de produzir vieram depois de uma fase na qual me senti exatamente assim, derrotada.
Ali nuns patamares, ainda com esse grupo. Está tocando música e estou com a Carina mas ninguém está dançando então não danço.
O sonho foi comprido e basicamente eram passagens diferentes mas todas com esse grupo e todas com eu nesse estado que parece que não consegui nada na vida nunca, o que não é verdade.
Então a menina negra parecendo tipo a Raquel Blaque me fala, olhando bem nos meus olhos e com uma expressão bondosa e sincera:
– Acho que você deve fazer alguma mudança, mudar alguma coisa.
– Sim, mas o quê? respondo.
Ela havia acabado de mencionar um não sei quem que tinha visões.
Aqui é meio enigmático, pois apesar de eu ter esquecido boa parte do sonho, essa passagem foi a que mais ficou nítida e a palavra era exatamente essa: visões.
A tal pessoa, que parecia ser homem, teria “visões”.
Não seriam medium, não seria tarólogo, teria visões.
Mas eu acho que ele pode, através dessas visões, me orientar.
– Quero ir nesse cara que tem visões, digo para a menina negra. Ele pode me dizer que mudança devo fazer.
Começo a falar com a menina negra sobre como me consultar com ele, parece que ela mesma tinha uma consulta a seguir, eu poderia ir com ela, quem sabe já marcar uma consulta para mim diretamente com ele ou até mesmo me consultar naquele momento se desse sorte.
E tem a chácara do meu avô, um lance lá de gente na parte maior da chácara com muita atividade e eu desço por uma estreita passagem a esquerda até uma casinha minha e tem uma mulher, uma mulher que parece alguém bem instalada na vida que me pergunta:
– Mas o que você quer?
Tem algo a respeito de “eu nunca querer nada”.
Ou ela me diz isso ou havia dito isso recentemente e eu mesma noto que o primeiro impulso que me vem é dizer que não quero nada e porisso mesmo quase que me forço a querer alguma coisa e digo:
– Eu quero montar uma casa.
Então parece que tenho que ficar recolhendo coisas ali para montar essa tal casa. Montar uma casa seria mais no sentido das coisas dentro da casa do que construir uma casa.
Guias, estou perdida, me sinto derrotada em relação a minhas tentativas de ser autosuficiente financeiramente e montar uma loja, e não sei o que fazer.
IMAGE CREDITS CLAIRE ROTHSTEIN | VALENTINA SAMPAIO | HARPER'S BAZAAR SINGAPORE OCTOBER 2020