A CAIXA DE MÚSICA, GUERRA

2
6min de leitura

 Aqui estou eu no meu aniversário e gostaria de poder dizer que não estou mais confusa sobre o que fazer e que não estou mais sozinha, mas...

Esse é o sonho da real.

Há um lugar que é fundos de uma casa mas ao mesmo tempo um quartinho como um bagageiro de carro. Entra-se por uma pequena porta de metal que se abre para cima. Não é super nítido isso.

Tomei a decisão de ir até lá por ser um local de grande excitação. Por exemplo, como se fosse um porão abandonado e assustador, mas cheio de tesouros. Esse lugar é pequeno, tenho que me abaixar e me encolher um pouco para entrar. E o que havia ali de excitante era uma mistura de fada com fantasma.

Essa fada é tão fantasma que nem está lá.

Esse pequeno local, do tamanho mesmo de um bagageiro de carro, me pergunto se seria isso por que pessoas são seqüestradas em bagageiros, esse pequeno lugar está vazio e ali tem apenas uma caixa de música que fica tocando uma música que gosto muito. Cria um clima mágico. E seria como se essa música fosse o que ainda estivesse presente da fada.

O ponto é que aquilo está daquele jeito por causa de assombrações. Estou determinada a dar um jeito. Acho que talvez seja a primeira vez que não estou apavorada.Não que não haja nenhum temor,há sim,mas seria como encarar uma faxina.

Entro ali no lugar e meio que aguardo. Então surge uma sombra pequena, assim do tamanho de um gato, que não tem nem forma, é uma massa de energia escura e má. Um pequeno fantasma. A fada era fantasma mas não do mal. Essa figura era.

Estou preparada para que os fantasmas ruins viessem e lido com ele usando a bola de energia brilhante no meio do meu corpo. Exatamente como no sonho da bola de energia brilhante no meio do meu corpo. Dá certo e ele some.

Então o lugar se amplia,não é mais um lugar no qual tenho que ficar meio encolhida, mas mais fantasmas maus surgem,e são mais agressivos. Mas eu estou mais controlada ainda. Aqui tem algo interessante e complicado de descrever.

Quando o fantasma anão se aproxima, meu medo é medo de fantasmas mesmo, medo de estar lidando com forças do demo. Mas nesse segundo momento meu medo é de natureza diferente.

Pois enquanto esse primeiro fantasma não tinha forma, era uma massa de energia escura como uma massa de pó mesmo, esses outros assumem formas humanas,e enquanto há um que fica a minha esquerda e que nem me ataca, dois surgem a minha direita e tem a forma de marginaizinhos, um homem e uma mulher, sendo que o homem me aponta um estilete.

Então o medo que me vem é mais de não perder o controle.

– Não é real, digo a mim mesma, é uma ilusão.

Mas se eu me descontrolar e começar a lidar com ele como se fosse real, vai se tornar real. E aqui é o ponto e talvez a grande lição desse sonho que é bem forte, mesmo que não corresponda às minhas expectativas. Fica muito claro na prática qual seria essa diferença entre lidar com ele como se fosse real ou não. Lidar com ele como se fosse real seria começar a me desviar daquele estilete. Lidar com ele sabendo que não é real seria continuar concentrada em usar contra ele a luz da bola brilhante no meio do meu corpo,e ignorar tudo o mais, ignorar o estilete.

É o que faço, mesmo sentindo que minha mente racional não bota muita fé.

Mas esse foi o treino que adquiri e que me levou a estar não exatamente me sentindo confiante, mas preparada para essa situação: não é minha mente racional que manda mais.

Continuo a irradiar com força a luz da bola de luz no meio do meu corpo.

–Eles são sombras, digo a mim mesma. Apenas sombras e com luz eles somem.

De fato, mando a minha luz, eles ainda não somem mas não me ferem, sei que não é de primeira que resolve, tenho que continuar irradiando a luz, é o que faço e então... eles somem.

Deu um trabalhinho mas resolveu. Eliminei os fantasmas que estavam dominando aquele lugar.

Estou ligeiramente cansada mas não tenho medo, por exemplo, de que a luz no meio do meu corpo enfraqueça e desapareça, ou seja “gasta”. Sinto que fiz o certo e que essa é a maneira de lidar com fantasmas.

Imediatamente, num corte abrupto, em seguida estou numa praia ou melhor, é algo que não chega a ser uma praia, é mais uma orla. Tem uma diferença. Não sei explicar direito. É areia ao lado do mar mas como se eu estivesse numa beira mar real em miniatura, pois vejo as terras do outro lado do mar.

Tenho ao meu lado esquerdo uma figura feminina amigável que não se define. Parece a Carol.

Estamos sentadas na areia, a princípio relaxando.

Então aqui serei o mais precisa possível, pois enquanto essa primeira parte do sonho apesar de bem positiva não chega a ser algo inédito, essa segunda sim.

Distraidamente noto que do outro lado da água existe uma pequena ilha e de pé em cima dela está uma figura feminina de aspecto maligno. Ela é bem grande em relação a área de terra e fica parecendo um poste fincado ali num morrinho plano.

Essa figura tem um aspecto maligno e me chama a atenção por ser muito estreita e vertical, quase uma linha.

Quase sem pensar, lido com ela do mesmo jeito que lidei com os fantasmas anteriores, dos quais me recordo. Só que dessa vez crio uma linha vertical com a luz da bola brilhante no meio do corpo que cobre essa figura, como se a tapasse da minha vista.

Mas acho que fazendo isso ela desaparece, pois então não está mais lá.

Penso comigo meio distraída:

–Agora uso essa luz da bola brilhante para tudo.

Não me parece errado. Sem pensar muito me lembro do que Saint Germain disse de que a força do Eu Sou pode e deve ser usada em tudo.

É meio isso que sinto, que estou autorizada a isso.

Até então estou bem distraída e como se estivesse na praia mesmo, mesmo que não exista um clima oficial de praia ali, com sol, água bonita, etc.

Tem algo nessa paisagem que remete a uma pintura, a um quadro à óleo, tem as mesmas cores.

No que elimino a figura de aspecto maligno que, esqueci desse detalhe, parecia estar tentando falar comigo, parecia me gritar algo ali daquela distância, como se fosse uma versão negativa da moça loira do filme do Fellini, pois nem por um segundo me parece que essa figura seja algo além de um outro demônio, mas no que “me livro dela”, sou tomada por algo.

Aqui é bem assim: não estou fingindo, não estou exagerando, não estou fazendo drama.

Ao mesmo tempo não estou fora de mim, como se não tivesse controle sobre aquilo, como se estivesse possuída. A coisa me vem e deixo rolar.

E o que me vem é que começo a falar como uma pitonisa.

Essa é a palavra que me vem na mente inclusive. É interessante porquê não me vem a palavra “profeta”, me vem pitonisa. E profetizar é exatamente o que passo a fazer.

Com a minha voz mesmo, mas falando como se as palavras não viesse da minha mente consciente, em português mas numa linguagem ligeiramente simbólica, como da Bíblia, começo a dizer mais ou menos:

– E a guerra virá com grandes ....sei lá o que ...calamidades, sei lá o quê.

Não lembro a frase. Lembro que mencionava claramente a palavra guerra e falava das grandes alterações causadas por isso.

E enquanto eu falava isso, a minha direita ali no horizonte eu via cenas correspondentes. Nem como se eu estivesse descrevendo o que via, pois não estava, nem como se estivesse fazendo acontecer aquilo, pois não estava. Mas como se fossem imagens ilustrando o que eu narrava.

OK, não sei como entender isso.

Será uma mensagem de mim para mim mesma avisando que sim, vai haver guerra?

{14 de setembro de 2017}

IMAGE CREDITS GIRL & A SERIOUS DREAM

A CAIXA DE MÚSICA, GUERRA

Comentar
Facebook
WhatsApp
LinkedIn
Twitter
Copiar URL