{26 de abril de 2025}
Foi simples e quase banal mas a melhor coisa que eu poderia sonhar nesse momento da minha vida.
Não nessa semana da minha vida. Nesse momento da minha vida inteira.
Estou num lugar a céu aberto com minha família, enrolada comas tretas deles e tentando resolver, mas… não tão profundamente como de costume.
Não lembro 100%. Eu meio que largo aquilo, como se largasse uma bola no chão e me viro e ali a esquerda a 3 passos está a praia e eu simplesmente vou reto.
Nada me detém. Não estou de biquini, estou de sutiã e calcinha e esse vestido de zig zag rosa que eu gosto e que fiz questão de colocar hoje.
Nem cogito em voltar para o hotel para trocar, omo em um sonho parecido anterior, no qual até um claramente Guia Espiritual me reprova por isso.
– Tá ótimo esse vestido, eu penso. Não vai estragar com a água e se molhar fica bonito no corpo.
Me sento na marolinha e fico ali sentindo o mar. A água é clara e dourada.
– Consegui vir na praia, eu penso comigo.
E nisso uma sequência essa sim enigmática.
Meio que numa espécie de distração abençoada, eu levanto dali, pego minha mala, vou até a rodoviária e tomo um ônibus de volta para casa.
É algo meio sem sentido lógico pois ao mesmo tempo que esse era um caminho rotineiro que eu fazia rotineiramente, não era naquele momento pois eu estava ali com a minha família e tinha deixado todos ali naquele lugar meio me esperando. Tem algo nisso.
Seria como se a decorrência natural de ter ido na praia sozinha seria pegar esse ônibus e ir para casa, mas… eu havia esquecido que estava com minha família.
No que estou no ônibus já sentada e encaminhada, me dou conta disso e isso rompe com todo aquele encaminhamento.
– Meu deus, tenho que voltar. Minha família está lá me esperando, tenho que pelo menos voltar e explicar onde vou.
O ônibus naquele momento atravessa uma cidade praiana completamente desconhecida e meio cheio de ladeiras.
De repente me vejo nessa encrenca, pois tenho que voltar de qualquer jeito, ou assim me parece, e acho que justamente não deveria ter voltado mas ali no sonho me parece que não tenho opção e sem perder um instante puxo o cordão para o ônibus parar no próximo ponto.
– Ele andou um ponto apenas, mas não conheço a cidade, ela é cheia de ladeiras e vai dar um trabalhão voltar para onde está minha família.
Mas abnegadamente me disponho a ter esse trabalho. Vou perguntar para as pessoas para que lado fica a rodoviária. Outra coisa que não faz muito sentido pois parecia que eu justamente estava indo para a rodoviária, as naquele instante a rodoviária era o ponto de referência para eu voltar para onde tinha deixado minha família.
Eu vou nessa praia. E não vou voltar.