O QUE EU TENHO QUE ENCONTRAR

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{5 de janeiro de 2024}

Ficou aquele forecast da Amanda batendo nessa tecla de que eu “ainda não me encontrei profissionalmente financeiramente ”, o que não deixa de ser verdade. 

E teve um forecast da Cindy dizendo que eu estou procurando algo que já encontrei.

Que fique aqui registrado que em 5 de janeiro de 2024 eu não saberia dizer qual das duas visões sobre mim é a certa.

Estamos nessa casa grande, de muitos e muitos aposentos e algo drástico aconteceu. Tipo um fim do mundo mesmo.

Só sobraram eu e dois irmãos, que curiosamente são gêmeos.

São dois rapazes altos, de cabelo negro encaracolado, lindos e na flor da idade.

Apesar disso não penso neles romanticamente.

Eles são tão idênticos que parecem um desdobramento.

Então na hora em que estava o auge do rebuliço e era um salve-se quem puder, eu corri para um lado e eles para outro e tinha coisa caindo do teto, tipo um bombardeio mesmo.

Mas deu tempo de um deles, que conhecia a casa, ou melhor, ambos conheciam a casa e eu não, me mandar por celular uma foto do seguinte.

No enorme páteo da casa, no jardim, havia uma escada que descia para um subsolo cuja existência poucas pessoas sabiam.

Acho até que a casa era desses moços.

Era o lugar mais seguro para se abrigar, aliás, era quase que o único lugar que garantiria a sobrevivência e eles tinham ido para lá e me enviado a foto de como era essa entrada.

Acho que era uma entrada tão pouco atraente que a grande maioria das pessoas evitaria de ir.

Eu vejo a foto no meu celular enquanto estou encolhida num canto aguardando o bombardeio sossegar.

Assim que acalma, eu saio para o jardim por uma porta de vidro a procura da tal entrada subterrânea.

E aqui o filme começa a desandar.

O mais interessante sobre esse sonho é que até esse momento, estou muito envolvida com tudo. Mas quando vou para o jardim à procura da entrada e me deparo com um bandão de gente no jardim, tenho uma estranha sensação de que “ estão estragando meu filme ”.

Como se aquilo fosse um filme vivo planejado por mim, que seria para ter um enredo que eu já havia aprovado e que não envolvia esse bandão de gente.

Tanto que num primeiro momento tento até fazer com a força do meu pensamento com que todos desapareçam, mas isso não ocorre e fica vindo gente de tudo que é canto.

O jardim está cheio.

Mesmo assim se eu encontrasse a entradinha, nada me impediria de descer os degraus e como a entrada era algo discreto, ninguém nem estaria interessado. As pessoas tinham mais se alojado nos quartos, coisa que nem me interessava fazer, ou seja.

A presença daquelas pessoas em nada me prejudicava a não ser pelo fato de que eu estava achando muito mais clima quando tinha aquele cenário vazio e escuro.

Para segurar ao máximo esse clima que eu gosto, eu começo a me esconder nas sombras, meio que alegando para mim mesma que as pessoas eram perigosas e poderiam me atacar, coisa que não parece ser verdade, as pessoas, na maioria grupos de amigos, estão interagindo entre si, parecem alegres e não tem a menor vibe de ameaça, mas como aquele forecast de ontem que falou que esse mundo é um filme vivo e é o que eu acho mesmo, esse filme com um bandão de gente indo para lá e para cá como num alojamento de college americano não era o filme no qual eu queria estar.

A única coisa não legal e ameaçativa que ocorre é que eu não encontro por nada a tal escada que desce no subterrâneo.

Não encontro.

Tem uma hora um dos gêmeos está de torso nu deitado e eu deitada sobre ele me lamentando de não encontrar a tal entrada e aí penso:

– Mas como que o cara está aqui se ele está na tal entrada que não encontro?

E corrijo o sonho. O cara não está mais ali.

Esse drama de não encontrar a entrada não tem essa coisa de ser algo que eu mesma invento, parece uma dificuldade real, que atinge um auge quando eu, tendo procurado em toda parte, vou até a parte da frente da casa onde, na garagem lateral da casa está a Carol com uma fantasia, sempre isso dela estar fantasiada e ela lida com algo grande, uma coisa que não sei se seria máquina ou planta mas é algo grande e alto como uma árvore de Natal, e eu, muito dramaticamente grito para ela em lágrimas:

– Onde está, Carol? Onde? Onde? Não consigo encontrar!

Tenho consciência de, apesar de haver mesmo isso real de eu não encontrar essa entrada, eu estar fazendo disso um drama que não precisaria fazer.

Tem outra passagem bem enigmática.

Encontro a Dri Londoño num dos quartos quando abro a porta.

Ela está lindamente reclinada numa cama, com seus belos cabelos, e fala numa voz sonhadora para seus amigos ali de algo meio que sei lá, que me soa como um sonho meio iludido. 

Penso claramente assim:

– Não é aí que quero estar.

Fecho a porta e continuo procurando a tal entrada mística.

O que eu sinto depois de escrever esse sonho é:

Não vou procurar mais nada. Se existe uma entrada mística, que venha até mim.

 

 

 

O QUE EU TENHO QUE ENCONTRAR

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