Estou tão zureta no momento que esse mega impressionante sonho me deixa chateada pela razão de claramente ou pelo menos me parece, querer dizer que essas artes criativas de decoração às quais dou tanta importância não são importantes e na verdade estão me prendendo.
A primeira parte é um trecho que foi longo, foi experimentado de forma nítida mas o que ficou é que, no restaurante de um hotel, tenho uma atividade ali a qual me dedico de maneira sólida, com certos resultado até, em paralelo a isso tenho uma interação igualmente sólida com um ser incorpóreo sábio e bom que claramente é Guia Espiritual e ao final dessa primeira parte, meio como conclusão até, esse ser incorpóreo passa a reorganizar a minha criação, meio como um chefe faria, ao meu ver, de maneira bastante inferior.
Eu havia arrumado, e isso seria uma espécie de ápice ali da minha atividade, uma série de objetos decorativos sobre uma mesinha redonda, um desses objetos lembrava esse quadrinho de lantejoula roxa que eu fiz e havia ficado muito satisfeita com o resultado.
E no que vou para lá com outras coisas, quando vejo o tal Guia Espiritual rearranjou esse arranjo meio espalhando as coisas ali pelo local.
Não que tenha feito de maldade. É bem como um chefe mesmo em uma agência criativa, no qual geralmente a gente dá uma idéia mega boa e ela é utilizada 5% em um contexto bem comercial e enfraquecido.
Não chego a ficar mega sentida. Mas digo a esse Guia:
– Estava bem melhor do meu jeito.
Ele concorda, rindo e fala algo meio vago que teria já um certo sentido de tentar me tirar dali, pois essa seria sua intenção.
Ali mesmo no sonho tenho total consciência das duas dimensões, a minha e a dele, pois sim, estava bem melhor do meu jeito mas eu estava fazendo daquilo a minha vida e gravitava ao redor dessa mesa arrumada com os objetos como se fosse tudo na minha existência e percebo que o Guia Espiritual não fez isso para estragar minha criação e sim para romper essa minha ligação com ela pois uma vez que ela não mais existia, eu meio distraidamente quando dou por mim saí da sala, coisa que jamais ocorreria se estivesse ali gravitando em torno da criação quase como de um filho.
Eu saí da sala, estou ali na passagem entre essa sala do restaurante, que era o ambiente familiar a mim e…
O que mais impressiona nesse sonho é que mesmo sentindo minhas coisas humanas, amor pela minha criação, achar que era minha realização máxima, etc, perceber que o rearranjo do Guia Espiritual era menos bonito que o meu, etc, estou super ciente da dinâmica maior das coisas que seria exatamente a seguinte.
Enquanto eu achasse que tinha algo na vida, no caso aquela mesinha redonda com meu lindo arranjo decorativo, eu não me aventuraria a sair da sala para um espaço desconhecido, no qual não tinha nada e … não sabia se encontraria alguma coisa.
Mas no que me vejo exatamente entre esses dois espaços, tenho consciência de que o Guia Espiritual justamente fez de tudo para me empurrar para isso e que no fundo é o que eu desejo, só estou com muita, muita insegurança de abrir mão do que eu achava que tinha por algo que não sei se terei.
Não estou com medo nem raiva. Estou achando que trocar o certo pelo incerto não era uma boa mas me vendo meio que sem o certo, como se eu escapasse de mim mesma, mais que depressa me embrenho ali pelas alas da esquerda e aqui tem uma simbologia impressionante.
Meu Guia fiou ali no restaurante. Não me sinto abandonada. Na verdade o que sinto é que não tenho chance de conseguir encontrar o que busco nesse nessa ala desconhecida.
E a imagem dessa tal ala desconhecida é como que um labirinto de corredores formados de… palavras. Vejo palavras na fonte courier formando aliás, não exatamente um labirinto, o que daria um clima meio dramático, mas corredores de uma livraria ou biblioteca.
E… algumas das palavras estão numa fonte amarela. Amarela, como no sonho das asduascruzes que iam se sobrepor no céu.
asduascruzes 9nov2017 (...) No que passo pelos caixas vejo ali,atrás de umas separações dessas que tem em supermercado o Leo King e algumas das pessoas que chegaram para a palestra. E aqui tem o lance da cor amarela. A cor amarela me guiava pois os letreiros da palestra eram amarelos,o Leo King estava de amarelo e tinha mais coisas amarelas ali,tipo do cartaz do evento.Ou seja,apesar do supermercado ser muito grande,tipo um Carrefour, eu não precisava perguntar nem pensar muito, era só ir atrás do amarelo. Dou a volta e passo por onde tem que entrar e vou ali até o grupinho do Leo King. (...)
E eu sei, sei, sei, que devo seguir o amarelo, como o Yellow Brick Road. Então vou seguindo, flutuando incorporeamente pelo espaço, torcendo internamente para a trilha de palavras em amarelo não dar em nada, como costuma ser e logo, bem logo mesmo, o cenário se configura como uma biblioteca. Não existe muita diferença entre uma biblioteca e uma livraria, mas seria uma biblioteca mesma, parecia com a da FAU.
Existem umas bancadas de madeira, tipo uns guichês de atendimento, separando a parte de fora da parte de dentro da biblioteca, não paredes, apenas esses guichês e uma catraca e assim que esse cenário se configurou, ou até um pouco antes, eu comecei a fazer a seguinte coisa com zero entendimento ou planejamento. Me pus a gritar:
– Marcelo!
Ó meu deus, tem um sonho com essa mesmíssima cena, os corredores da biblioteca e a voz do Freddie Mercury numa música triste.
Se eu der Freddie Mercury encontro. Acho que abri esse sonho ontem.
ninguémquerissolá-lá-lá 28set2018 (...) Saio da sala e vou cuidar das minhas coisas,ou pelo menos tento isso. Mas caio numa espécie de biblioteca ou estantes de biblioteca,mas não penso naquilo como biblioteca. – Cadê a rua, cadê o lado de fora? penso . Não encontro o lado de fora,a saída. Fico ali presa naqueles corredores ao que parece de livros de biblioteca.É engraçado que mesmo tecnicamente aquilo sendo uma biblioteca não fique colocado como sendo oficialmente uma biblioteca. E aqui rola uma cena muito pungente e mesmo o Freddie Mercury tendo sido minha primeira grande paixão,estou ficando encafifada com essa proeminência dele nos meus sonhos. Estou ali na biblioteca procurando a saída quando começa a ser tocada uma música do Queen ,na voz do Freddie Mercury. Essa música não existe na vida real e no sonho ela vem tão, mas tão clara e definida que eu poderia ter gravado quando acordei mas não tive forcas, meu deus. Toda a proposta da música era justamente de uma tristeza e solidão avassaladoras. Freddie começava cantando `a capela, sem acompanhamento nenhum, naquela voz maravilhosa e super hiper expressiva dele, que sem dizer palavra conseguia já transmitir toda uma situação, apenas um lá-lá-lá. Mas um lá-lá-lá arrastado, tirado a força de dentro de si mesmo, que parecia ecoar num vasto lugar vazio sem alma nenhuma, algo que doía e cortava de tão triste. Era uma tristeza claramente sentimental, de alguém que estava mas se aguentando de tanta dor e mesmo assim emitia um lá-lá-lá. Penso duas coisas ao mesmo tempo. Primeiro que somente um gênio do canto como Mercury conseguiria transmitir tamanha dor e tamanha clareza num simples lá-lá-lá, pois era como se ele estivesse mesmo dizendo que estava ali, estava sozinho, estava sangrando mas lá-lá-lá. E ao mesmo tempo que aquilo doía tanto em mim que mal podia aguentar eu pensava que se até ele que teve tudo o que poderia sonhar em termos de realização artística e profissional e acredito que tenha tido, pois fez o que quis do jeito que quis, se sentia assim frustrado pelo lado emocional, é porquê não tem jeito mesmo. Não sei explicar direito. Aquilo não chegava a me consolar. Era algo na linha do: é algo inerente a condição humana. Nem ele escapou disso. Mas pensando agora acordada acho meio estranho esse pensamento. Pois me parece sim que o Freddie tenha sido muito infeliz no amor. Sua paixão por aquele idiota que era bonito, mas bem idiota. Aquela foto que vi dele com um cara de ar estranhíssimo, ar de gigolô barato... Meu pensamento seria lógico se se tratasse de alguém que tivesse tido relacionamentos, paixões e mesmo assim tivesse sido infeliz. Mas na vida real desconfio que o Freddie tenha sido bem ferrado nesse departamento, talvez até como eu. E talvez seja isso que me dói tanto, me vejo nele. Pois a música me dilacera e eu não quero ficar escutando e no fim acabo encontrando a passagem para fora dali.
Que alívio ter encontrado! Estou ficando nervosa com esse mar de sonhos.
Mas no que dou com essa biblioteca, e me pergunto agora se no sonho do Freddie a primeira parte do ninguém quer isso não se refere a vitória do Trump, sim, ninguém quer comunismo.
Mas seguindo. Assim que eu me embrenho pelas palavras amarelas, tenho total consciência de que mesmo desesperançada e achando que vou dar com os burros nágua, busco o Marcelo e se o Guia Espiritual não tivesse praticamente me expulsado da sala, eu ainda estaria lá fazendo minhas amadas criatividades por achar que não tinha chance de o encontrar.
Então vou gritando o máximo que consigo, e no que dou com essa entrada da biblioteca, sinto aquele vazio de retorno, sinto que não vou conseguir mas sigo gritando e nesse momento grito como uma louca mesmo…
– Marcelo! Marcelo! Marceeeeeeeeeelo!!!!!!!
Estou gritando no máximo que consigo, ainda não passei pela catraca e pelo guichês, nada me impede, mas sinto que a única, única maneira de manter uma ligação energética com Marcelo, seja lá quem ele for, pois no sonho não sei, é ficar gritando com todas minhas forças e enquanto isso, rastreio como uma águia o interior da biblioteca, que não está vazia, pelo contrário, tem gente, quando eu disse vazio de retorno, quis dizer vazio de retorno por quem eu chamo, mas de cara vejo Tia Ieda passando de lado muito perfilada e as atendentes da biblioteca e então quando meu grito atinge o máximo que consigo, vejo, ali de pé a uma distância de uns 20 metros, de frente para mim me sorrindo, o P.N..
Nem sei o que pensar disso. Curiosamente ele está com uma roupa que lembra aquelas roupas que vi ontem do multmilionário que tentou 12 vezes e fracassou e aí conseguiu vender os calming blankets, realmente uma boa idéia e depois criou aquela marca de roupas The Oodie, algo medonho, a pior versão que pode haver daqueles casacos de cobertor que eu odiava e esses ainda tem umas estampas debilódes, fiquei tão indignada que disse isso em voz alta, se é cafona, feio, grotesco e ridículo, vende. E infantil. Nem em crianças eu colocaria aquilo, mas adultos usando umas roupas disformes com estampa de banana… eu não tenho chance mesmo, eu disse para os Guias.
Está ficando mais normal eu falar com os Guias meio que constantemente.
Mas o P. estava com algo que remetia a isso, com cores de algodão doce e eu fico tão feliz, mas tão feliz mas tão feliz de ver ele que começo a chorar como uma criança e vôo até ele e o abraço e nisso passo por mima mãe, que vejo num corredor paralelo a uma curta distância e mesmo no sonho tenho consciência de que:
Não estou mais com minha mãe, Estou com o Marcelo. Eu achava que não podia encontrá-lo, mas encontrei e agora vou ficar com ele.