Rumo ao meu niver.
Havia essa casa mansão, estilo francês, não exatamente luxuosa, mas grande, ampla, cheia de quartos, todos com essa lindíssima decor antiga, com piso de madeira e todas as portas e paredes paneladas e de um tom off white.
O que me chama a atenção nesse sonho é o quanto ele não me impactou e eu estava quase não escrevendo.
Pois tem essa casa. Não muito nova. Aquele antigo charmoso.
Teve a parte do E. mas acho que essa da flor de ouro vem antes.
Rolam diversas movimentações, é dia, eu entro e saio da casa, que não é exatamente uma casa de habitação e sim algo mais para algo público, mas eu podia entrar e entro bastante e saio, num primeiro momento acho que em função ai das coisas que estava fazendo.
Haviam dois rapazes irmãos ou um só, isso fica confuso e esse rapaz, que deveria ter perto de 30 anos mas não tanto, tinha um irmãozinho de uns 10 anos, com cabelo preto e esse irmãozinho é que é o protagonista do sonho. Ele lembrava um pouco, agora me veio, um Sandro Chaim criança.
Ele entrava também bastante na casa, por ser criança era mais fácil, não ligavam tanto. A ação fica bastante vaga até que esse menino vem até mim, com aquela alegria autêntica de criança e me diz que tem uma coisa bacana para me mostrar.
Seria o seguinte. O irmão mais velho dele e o amigo deste, aliás, seria isso, não mais dois irmãos e sim o irmão mais velho desse menino e o amigo do irmão mais velho teriam esquecido na mesa da casa um molho de chaves que trancava uma determinada ala da casa que não era aberta a visitantes.
Já de cara esse símbolo pow.
O menino, claro, havia pego as chaves e ido na tal ala, qualquer criança faria o mesmo, e agora queria que eu fosse novamente lá com ele pois havia algo muito legal e especial que ele queria me mostrar.
Eu, claro, sou a adulta que as crianças escolhem como cúmplice, o que depõe muito a meu favor, mesmo que no final de sonho eu fique meio insegura quanto a isso.
Pois racionalmente seria errado. Não como roubar, mas como invadir e xeretar.
Xeretar.
Mas eu super topo. Vai então o menino me guiando, abrindo belas portas paneladas de branco offf white com as chaves proibidas, o que poderia ser mais lindo que essa simbologia.
As chaves abrem aposentos bem parecidos entre si, mas não no mau sentido, tipo repetição, mas num sentido de abundância, eu até penso, nossa, mas a gente não acaba de ver os quartos dessa casa, todos claros e bonitos e grandes?
Vou então seguindo o garoto numa expectativa crescente até que estamos num dos quartos, que tem uma cama com roupa de cama branca e ao lado da cama, no criado mudo de madeira antigo, há um vaso com uma ramagem a qual não presto atenção pois estou ali na expectativa de uma grande coisa.
Nem achava que aquele quarto seria o destino final, mas o garoto de pé na minha frente me indica o vaso que contém a ramagem, com ar muito entusiasmado.
Aqui a nível de símbolo é muito interessante.
Olho para o vaso, para o qual, aliás já havia olhado, e o que vejo é uma floração super igual a essa que eu peguei na horta urbana aquele dia e que coloquei aqui no vaso japonês para secar e de fato ficou linda, só que ali no sonho ela seria de metal, mais exatamente de ouro, mas não um ouro reluzente, um ouro desses meio bronze, para o escuro.
Eu olho a flor e digo:
– Ah, é de ouro.
Mas isso não me impressiona. Até olho para o menino e pergunto:
– Mas era isso que você queria me mostrar?
O menino tinha dito que tinha encontrado algo muito, muito especial e aquela flor, mesmo sendo de ouro, não me parecia à altura.
Então eu penso que sendo ele uma criança, era natural que se entusiasmasse mais facilmente que eu. mas nesse instante outra coisa se sobrepõe, pois escutamos um dos funcionários da casa ali do lado de fora falando.
Se formos pegos ali não fica claro o que aconteceria, mas algo quase como se fossemos ser mortos.
Pois meu instinto de proteção em relação ao menino é ativado ao máximo. Agarro a mão dele e digo para ele ficar quieto. Fico espreitando ali a fresta da porta e assim que dá brecha, puxo o menino para fora e começamos a voltar pelos aposentos e escadas. Não dá tempo de trancar de novo as portas.
– Deixe as chaves aí sobre a mesa, digo ao menino.
Ninguém vai saber direito quem pegou. É melhor do que ser pego com elas, o que com certeza iria nos denunciar.
Vamos indo correndo e eu fazendo planos de proteção. Algo tipo gestapo mesmo.
– Conte isso para seu irmão, eu digo ao menino enquanto descemos escadas, procurando nos afastar o mais que desse da ala proibida e voltas à ala permitida.
– Seu irmão precisa saber para poder te proteger, digo ao garoto.
É nesse momento que fico meio me questionando se eu havia agido certo em apoiar o menino numa atitude irregular daquelas.
No sonho acho que não. Mas aqui escrevendo acho que sim e essa ala proibida com a Flor de Ouro é para onde devo ir, e o menino havia me levado até lá..
Depois na Gregório meio casa térrea, sei que o E. ou está vindo ou está já na casa ao lado.
Duas casas, como minha kit e a do Luciano, mas são duas casas uma ao lado da outra e eu falo com alguém, acho que meu pai, e saio decidida até a sala pois lá tem uma janela da qual consigo ver a casa ao lado, o interior da casa ao lado e aqui é louco pois está vazia, e eu entro na casa ao lado e está vazia e vazia mas isso não me detém e vou até o banheiro que é igual ou o próprio banheiro da Gregório e dentro do box tomando banho está o E..
Não é um momento adequado para chamá-lo, mas quando vejo estou dizendo:
– E., E..
Ele imediatamente se enrola numa toalha dentro do box e sai. Tem o detalhe da toalha ter uma estampa meio mondriani, com partes azuis e vermelhas. A toalha me chama a atenção.
Fico feliz pois ele também parece querendo me encontrar, senão teria me dito para esperar, algo assim, o que seria super normal naquela situação.
Eu o abraço muito e aqui tem algo louquíssimo com certeza com significado.
Pois no que estou muito abraçada com ele, noto que ele também ao mesmo tempo está de pé ao meu lado.
– Mas então o quê ou quem eu estou abraçando? penso.
Em sonho acontece mesmo essas doideiras, mas o que me chama atenção é o fato de eu perceber isso como se fosse algo da vida acordada e havia mesmo essa dúvida, que seria quem seria esse outro homem que eu estaria abraçando, pois no sonho não me passa a idéia de um desdobramento do E. e sim de outra pessoa. Outro homem.
Está registrado. Vejamos.
{15 de agosto de 2024}
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