{22 de maio de 2021}
Bendito sejam meus sonhos.
Rumo ao eclipse do dia 23, aliás amanhã e esse sonho parece só coisa boa.
Então vivo nessa sala que meio que mescla uma sala de aula da FAU com outras salas de sonho.
O clima é todo meio cinzento e pesado. Pesado. Tudo me pesa e me custa, mesmo que eu esteja até quase que me sentindo bem.
Tem mais pessoas nessa sala, umas garotas desconhecidas e uma mistura de Lú com Carina, nesse momento mais para Carina.
A situação seria o seguinte: eu vinha vivendo ali praticamente me arrastando.
Simplesmente por não ter forças para mais que isso.
Passava o dia meio com a roupa com a qual tinha dormido, sentada numa das grande mesas ali que lembram as da FAU fazendo arrastadamente algo manual.
Nem seria culpa minha, estou incapaz de me organizar internamente para algo mais que isso.
Ao meu lado direito, na lateral da mesa, senta-se essa Lú-Carina que tem mais vitalidade do que eu.
Nem estou triste, até mesmo encaro minha situação com um certo senso de humor, mas me sinto uma criança. É isso que me sinto, uma criança ali à mercê de tudo, sem autonomia, sem vida própria.
Deixa ver se me lembro de mais coisas desse pedaço.
A cena principal é bem essa de eu sentada ali na mesa usando toda minha força para fazer sei lá o que que estou fazendo, mas seria algo sem importância nenhuma e que faço super arrastadamente. Tem algum diálogo com a Carina. Não lembro o quê.
Então essa garota desconhecida que transita pela sala, essa sim meio que no controle da situação, e que é morena de cabelo preto meio que vem me levar para outro lugar.
Aqui é meio difuso, vou colocar o que lembro.
Isso ocorre por mérito meu. Mesmo ali naquela situação toda prejudicada, eu de certa forma havia feito o meu melhor e porisso essa menina vinha claramente me levar a uma outra coisa melhor do que aquilo.
Lembrei de um pedaço que vem no meio disso ou antes disso, talvez depois da cena da aranha.
Estou na rua e de onde estou olho para a calçada oposta.
Há uns prédios antigos com pique de Centro mas nada realista.
Uma dessas edificações seria uma espécie de “lugar cobiçado” para morar.
Tipo Copan.
Mas no caso seria um prédio de uns dois andares antigo e bonito por fora meio como esses da Santa ifigênia.
De onde eu estou vejo toda a fachada do prédio não haver mais, como se fosse uma casa de bonecas que se retira a frente. Dentro dessa edificação está o proprietário dela numa proporção de casa de bonecas mesmo. Ele está gigante para mim.
É um homem jovem e moreno. Quando isso começa a acontecer há um “movimento de câmera” do sonho que vai revelando o teto interno dessa edificação, enquanto o dono dela ali de dentro falava a seguinte coisa:
– As pessoas vem aqui achando que se acessa pelo quarto andar, não é, acessa pelo... (aqui não lembro)
O ponto era que havia uma falsa informação circulando de que esses apartamentos dessa cobiçada edificação seriam acessados pelo quarto andar e com isso as pessoas entravam e não encontravam o que procuravam, que seriam os tais apartamentos para alugar ou comprar e que eram muito disputados. Mas esse dono vinha justamente facilitar o acesso e aluguel desses apartamentos, era isso que ele estava fazendo e começava dizendo publicamente que essa informação equivocada e que contribuía para tornar difícil realizar esse intento de morar ali era equivocada e anunciava ali publicamente na rua como era que se chegava a esses apartamentos.
Não ficava claro a razão dele estar fazendo tudo isso. O interessante era o que se passava na minha cabeça.
Enquanto observava a cena eu reparava que:
– A edificação estava em ótimas condições, aliás parecia ter sido reformada recentemente então essa facilitação do aluguel não era por motivos de decadência.
– No que eu escutava ele, quase que decidia que queria morar ali mas então começava, enquanto ele ainda estava explicando sobre como chegar ali, começava a reparar no teto do lugar e notava o seguinte: O teto dessa edificação era desse estilo antigo todo cheio de molduras ornamentais de gesso, algo muito bonito, estava reluzente de branco, ou seja, nada deteriorado e de fato muito bonito mas...
Quando eu me preparava para desembocar numa admiração desejosa por esse teto, eu me dava conta que apesar de sim, muito bonitos, ricos e bem conservados, eles tinham mais um ar de edifício público do que mansão, que é o que eu gostaria.
Tinham ar de banco, ou prédio do governo.
Então isso rompe com esse meu deslumbramento e quase plano de ir tentar morar lá.
Pois bem. Vem essa garota morena meio que líder ali e me fala para eu ir com ela.
Aqui não sei como que rola a coisa pois na sequência é um homem que me leva pela extensão desse lugar onde tinha a tal sala onde eu vinha vivendo de forma meio largada.
Saímos para o que seria uma área aberta mas coberta.
Não tem paredes divisórias e está cheia de gente e atividades.
Vou seguindo com esse homem e ele logo me fala que está me levando para me apresentar para o prefeito.
Estou horrorosa. Aliás seria como se eu tivesse vindo diretamente do sonho de ontem, no qual tinha uma gosma grudenta no cabelo e desembarcado nesse sonho, pois meu cabelo está igual e minha cara com aquele ar de afogada.
Falo para ele, para esse homem que me leva:
– Mas... deixa eu passar um pente no cabelo pelo menos.
Pelo ar dele fica claro que não tem tempo para isso.
Por outro lado eu mesma percebo que não era caso de atrapalhar algo tão importante por causa de um cabelo, pois não era uma visita social, eu estava sendo levada até o prefeito porquê isso iria ser uma mudança na minha vida e claramente para melhor. Então eu mesma falo para esse homem, que apenas retardou o passo e me olhou meio reprovador:
– Não, deixa, vamos assim mesmo.
E começo a passar a mão no meu cabelo sabendo que não adianta nada mas é o que posso fazer.
Então chegamos no que seria a casa do prefeito e essa é uma cena digna de Alice no País das Maravilhas.
Esse lugar aberto mas com teto onde estamos se configura ali naquele pedaço como uma livraria-biblioteca.
Uma das estantes de livros tinha, ali na sua espessura, sendo que seria não exatamente uma estante, seria mais uma gôndola de livraria, com uma espessura de madeira, uma porta. Uma porta simples, e essa seria a porta da casa do prefeito.
Eu, claro, na hora que vejo aquilo fico tão encantada com o charme, poesia e magia da coisa toda, quase uma porta na árvore, como em Alice, que até esqueço do que estou fazendo ali.
O homem, que é alto e meio cabeludo e parece familiar, me fala:
– Aqui é a casa do prefeito.
Eu fico a uns passos aguardando enquanto ele vai bater ali na porta e nisso a porta se revela ainda mais estreita do que uma porta normal, tendo tipo uns 3 palmos de largura e sendo de compensado cru, que nem aliás uma porta de um outro sonho, o do Fofão na porta.
Estou parada ali a uns passos de distância observando tudo e completamente encantada. Assim como faço quando vejo algo que me encanta, procuro absorver os detalhes.
Atrás de mim tem um pequeno ajuntamento de pessoas que de repente está ali para me apoiar, como se fosse uma despedida num aeroporto. Eu estou hipnotizada pela porta.
O homem cabeludo bateu a campainha e em instantes o próprio prefeito abre a porta e ele é... o Marcos Nanini.
O homem cabeludo fala que veio me trazer e o prefeito parece estar ao par disso pois com naturalidade diz qualquer coisa e volta lá para dentro dizendo que daqui a pouco me chama para entrar.
Ah, o Homem Cabeludo me apresenta o prefeito. Ou não. Na verdade agora acho que não. Acho que antes de chegarmos na tal porta o Homem Cabeludo me fala o nome do prefeito, ou apenas comenta, pois seria um nome de conhecimento geral, começado com P, parecendo Pascoale.
Então fico ali embevecida pela portinha quando alguém ressurge na porta, acho que o próprio prefeito e fala para o Homem Cabeludo, que está junto da porta, me fazer entrar.
E volta a desaparecer atrás da porta.
Tenho que entrar e nisso percebo que não lembro o nome do prefeito.
É ele sim que veio falar nessa segunda vez pois imediatamente prevejo que terei que conversar direto com ele e não lembro seu nome, me deu branco total.
Então eu me viro para essa multidão de apoio, nem seria uma multidão, no máximo unas 8 pessoas e grito:
– Como é o nome dele? Me deu branco, como é mesmo o nome dele?
E minha mãe, que está ali nesse ajuntamento me responde assim:
– O nome dele é como um dos nomes do Púbis.
Tem mais alguém que grita o mesmo com ela.
O Homem Cabeludo na porta já me pressiona para entrar.
Eu repasso mentalmente a informação recebida.
Que droga, por que não me dizer o nome de uma vez por todas?
O nome do Púbis? Que nome? Tipo Mulva, no Seinfeld?
Nos instantes em que relutantemente me viro para a porta e vou na sua direção, já concluo que não tem chance de eu descobrir o nome baseado nessa dica e que se não quiser perguntar para ele, coisa que até pode ser, mas acabaram de me dizer, fica meio mal perguntar, o melhor seria simplesmente ignorar e ser simpática mas sem dizer o nome. Começo a me programar para isso.
Chego na entrada, passo pela portinha e atrás dela há uma escada estreita, como nessas casa antigas que a porta segue numa escada sem nem um hallzinho. Nem sinal do prefeito que deve ter subido na frente. Ok, orproblema do nome não terei.
Subo a escada, está tudo naquele clima de coisa encantada. Nos últimos degraus a escada passa a ser feita de dobras de acordeão. Até mesmo o material parece ser um papelão duro. É bem difícil e tem que se prestar bastante atenção para completar a subida e ela termina numa passagem para um outro ambiente que assim que atravesso descubro ser... um lindo restaurante.
A escadinha levava a um restaurante assim de uns 30 por 30 metros.
A escada terminava tipo a um metro de altura do chão do restaurante então eu tenho que pular numa mesa ali do lado e no que faço isso uma tira da minha sandália melissa engancha numa haste de metal da mesa mas é algo que eu mesma desengancho com facilidade, a menina que vem toda atenciosa me receber iria me ajudar mas nem precisou.
Me vejo num lindo e grande restaurante de estilo moderno mas não modernoso, que chama a atenção por ter todas as mesas cheias de pessoas alegres, conversando e comendo.
Eu fico especialmente feliz porquê mesmo não pensando conscientemente, sei que eu “ estou sendo levada para a próxima etapa da minha vida ”.
A coisa já tinha começado bem, com eu sendo levada até a autoridade máxima ali do local. E na sequência desemboca num local rico, cheio de comida e pessoas felizes, ótimo sinal.
Essa menina vem toda amigável me receber e ela estava ali para isso.
Tinha acompanhado toda minha entrada acho que por câmeras de segurança, aliás em algum momento desse sonho eu reparo numas estranhas câmeras de segurança que são pequenos globinhos na ponta de uma haste flexível de metal, como se elas mexessem sozinhas.
A menina, que me auxilia a descer da mesa e na sequência já começa a me conduzir para uma passagem a alguns passos que dava para o espaço contíguo a esse restaurante, comenta simpaticamente:
– Era a Lúcia que estava ali na multidão?
E sem me dar tempo para responder prossegue:
– Ela está muito gostosa.
Fico meio chateada pois nunca sou eu que mereço esse tipo de elogio mas fazer o quê. De resto só coisa boa ali. Vamos focar nisso.
Mas fico com a impressão de que ela viu a Carina e achou que fosse a Lú.
De qualquer forma deixo isso de lado.
A menina me levou até a sala ao lado que se comunica com o salão do restaurante por uma larga passagem.
Ah não, lembrei melhor.
Antes de que a gente chegue nessa passagem, na sequência da frase dela sobre a Lú. eu olho ao redor, vejo aquele lugar cheio de pessoas dos mais variados tipos de idade e físico e pergunto:
– Todas essas pessoas tem que subir essa escadinha para chegar até aqui?
Se foi difícil para mim, penso, imagina para elas. Fora o tempo que leva.
– Nããão, responde a menina, elas chegam por aqui.
Engraçado a recorrência desse assunto de “como chegar” nesse sonho.
E é nesse momento que me mostra a larga passagem entre esse salão do restaurante, o hall do lado que por sua vez também tinha uma larga passagem para a rua. No que me parece um eco do sonho da Hefie, no qual eu me sentia presa na casa mas descendo até a cozinha descobria que vazava para a rua sem impedimento nenhum.
Ah então é isso.
Todas essas pessoas conhecem essa entrada, que seria a oficial. Ali a entrada era fácil e abundante.
E nisso a menina já está me levando nessa direção e esse parece ser meu objetivo ali, não o restaurante, pois ela nem me fala do restaurante.
Entramos nesse hall e antes que cheguemos a parte aberta que dá para rua, ela começa a subir por uma escada em caracol, mas larga, a direita ,e eu subo com ela, mas tenho tempo de ver pela passagem da rua e ali fizeram um posto de gasolina.
Então fica claro o seguinte: aquilo seria uma escola. Não sei se seria o Porto Seguro mas talvez. Eles, num espírito empresarial, inventaram de fazer um restaurante, mesmo não tendo nada a ver com escola. Tinha dado mega certo e se tornado um lugar da moda. E não contentes com isso, percebendo que posto de gasolina era uma mega negócio, resolveram também fazer um na parte da frente da escola. Tudo tinha uma energia limpa e boa.
Fico muito admirada. Pergunto algo bem básico para a menina, tipo:
– Ah, esse posto é de vocês também?
– Sim, ela me responde enquanto sobe as escadas.
Acho que fala algo sobre ser iniciativa desse prefeito.
Vou seguindo ela e pensando em mil perguntas, como haviam tido essa idéia de misturar coisas tão diversas, se podia fazer isso, etc, mas resolvo não perguntar em parte por estar meio desanimada comigo mesma nesse sentido, pois meu lado empresarial não tem sido muito bem sucedido.
E sem saber qual seria o meu objetivo final, pois não ficamos nem no restaurante nem no posto de gasolina, o sonho encerra.
Teve outro pedaço que lembrei agora. No que estou caminhando ao lado do Homem Cabeludo indo para a casa do prefeito, lembro de algo que no sonho teria ocorrido recentemente.
O Maurício Garrote, que no sonho é visto mentalmente por mim com muita nitidez, havia feito um tratamente comigo todo não ortodoxo, mas por puro amor e vontade de ajudar e também extrema sabedoria, pois era o que eu precisava.
Ele havia permitido que eu passasse quase que uns dois ou três meses dormindo no seu consultório.
Aquilo me vinha na cabeça como se fosse algo meio deixado de lado por conta da correria da vida e eu então, podendo pensar com calma, percebia como tinha sido algo especial e procurava relembrar como havia sido.
– Mas então eu fazia minhas coisas normal durante o dia e ia até o consultório dele apenas para dormir?
Me lembrava que era exatamente isso. Eu tinha acesso ao consultório e passava a noite no consultório vazio.
Mas todo o ponto realçado nessa lembrança nem era isso, era o fato de que ele tinha me permitido fazer isso sem prazo para terminar e nas consultas conversava comigo para ver como eu estava e notando qualquer grau de ansiedade ou medo ele falava para eu continuar dormindo no consultório.
E de uma maneira quase que voz incorpórea, mas meio que misturado com a voz dele era me dito assim:
– Foi essa falta de pressa que permitiu que a cura fosse feita de modo forte e completo.
Sim, porquê ele não teve pressa de terminar a cura. Foi fazendo, foi mantendo e isso havia feito com que essa cura fosse definitiva.
Eu pensava nele com extremo carinho e gratidão e procurava me lembrar o que eu havia feito na época para agradecer. Então na verdade teria sido algo há bastante tempo, tipo há 20 anos.
Me lembrava que eu havia escrito uns cartões grandes de agradecimento com desenho e textos. E me passava pela cabeça que ele deveria ter vários assim de outros pacientes, pois com certeza era alguém que ajudava muitas pessoas e que olhar aqueles cartões deveria encher seu coração pois ele era meio sozinho. Na verdade era meio melancólica essa imagem dele olhando os cartões. E na verdade eu mesma sou assim.
De qualquer forma era dita meio que com realce isso de não ter pressa na cura.
Algo que percebo que não muito claramente no fundo tenho.
Vou fazer o TES com calma.
IMAGE CREDITS TIM SABATINO | ARIZONA MUSE | VOGUE UK JUNE 2011