{12 de fevereiro de 2018}
Estou correndo agora e não vou registrar o monte de coisa que já pensei sobre esse sonho. Quase não escrevo ele de tanto que me abalou.
Há uma casa numa cidade praiana pequena. Estou passando temporada e durmo num quarto pequeno.
Tem um lance de que por ser o quarto pequeno e meio atravancado ,nunca abro a cortina direito e não vejo muito o lado de fora.
Rola coisas que esqueci.
O tempo todo que estou lá, tenho uma sensação muito forte de angústia e solidão enquanto ao mesmo tempo estou muito a fim de me mudar para essa cidade e morar ali, pertinho da praia.
Mas tenho medo pois ficarei sozinha. Mesmo assim estou fazendo planos nesse sentido.
As pessoas que estão comigo nessa casa vão voltar para a cidade e eu poderei alugar a casa só para mim. Não será caro, está dentro das minhas possibilidades. O lado de ficar sozinha ali é que me assusta mais, ainda mais por que uma das coisas que me angustia é justamente o fato de ser sozinha na vida.
O sonho todo tem um clima pesado.
Seguindo com meus planos, ando pela casa, que está momentaneamente vazia e vou no quarto principal que fica pegado ao meu. Esse quarto era maior e estava sendo usado pela dona da casa, uma mulher que lembra minha mãe misturada com a Elizabeth Taylor.
A cama tem uma janela do lado esquerdo bem grande com uma linda vista da praia.
Nada de grande casa em Malibu, a casa era simples e a praia bem estilo Ubatuba ,mas fico pensando na delícia que deve ser acordar e tomar café na cama com aquela praia do lado.
Praia, praia, praia, sempre isso.
Quando todos saírem poderei ficar com esse quarto,s e bem que me cruze a mente que se eu abrisse a cortina, teria uma vista quase tão boa quanto aquela. Não era como se eu estivesse vivendo num cubículo fechado ,eu apenas não abria a cortina.
E então o clima que desde o começo havia, um clima pesado, nem era o clima da minha angústia, era algo a mais, toma forma.
Pois como se fosse um filme no qual eu já sabia o que iria acontecer, eu sabia que aquele dia ali seria o último antes de uma espécie de grande epidemia de zumbis.
Cenas começam a rolar ali como se eu visse mesmo cenas de um filme.
Via a mulher que dormia ali naquele quarto, a que parecia minha mãe e a Elizabeth Taylor, acordar como sempre naquela linda cama,v estida na sua linda camisola e como sempre tomar sua xícara de café mas sentir os lábios como se estivesse notando algo estranho, uma pequena coisa, mas estranha, a qual não dava importância mas eu, que vejo aquele “ filme da realidade ”, posso chamar assim pois é real, mas estou vendo adiantado e até meio narrado como um filme, sei que aquele foi o “ primeiro sinal ”.
A mulher já estava contaminada e não sei se a partir dela todos ali iriam se contaminar ou se a contaminação ia pegando todos, mas não sendo ela a contaminadora. Mas o fato é que todos iam virando meio monstros e aqui surge uma cena claramente inspirada naquele filme que esqueci o nome ,sobre o menino que acha a própria família estranha até que descobre que são ETs que se nutrem de humanos em orgias meio sexuais.
Pois é essa a cena, algo bem usual aliás nos meus sonhos.
A sala está toda tomada por pessoas mosntruosas nuas,q ue fisicamente lembram ali as do filme, mas a sala adquiriu aspectos de sauna romana, há uma piscina rasa ali dentro.
As pessoas meio que se devoram umas às outras.
Não sei se eu estou imune ou se não estou de fato ali, mas estou normal.
Dá mais impressão de que não estou ali de fato, pois agora escrevendo me lembrei melhor.
Os fatos que eu via como num filme não se referiam ao futuro e sim ao passado.
Isso havia ocorrido no passado, essa mulher havia se levantado ,no que parecia ser mais um dia normal no fim de uma temporada de férias numa cidade praiana e uma epidemia geral havia transformado todo mundo em monstro e havia sido uma carnificina como em filme de zumbi.
Tem uma cena que não sei direito quando rola.
Numa espécie de nicho ali na sala está uma arca de madeira que funciona como minha mala.
Dentro estão minhas roupas.
E meio nesse contexto de contaminação, sei que devo tirar minhas roupas dali pois a mala pode estar contaminada.
Tiro as roupas e coloco no chão. Fica em destaque uma calca jeans que não é essa que uso atualmente, a skinny.
E de fato, vejo que está podre.
Há uma podridão que no sonho fica surrealmente dividida entre o fundo da mala e o chão.
No começo parece que a mala é que estava podre, mas então parece ser o chão. Mas fica claro uma parte do chão ali, nem muito grande, em que a madeira está negra de podre com larvas.
Mas pelo jeito não pegou na minha roupa. Tirei a tempo.
E de alguma forma ,a podridão no chão não é problema meu.
E então se forma a cena mais forte e marcante dessa situação da orgia macabra entre os zumbis ali.
Vejo todo mundo pelado ali meio que se comendo ,mais no sentido zumbi do que sexual e então há uma moça nua nesse tal piscina, já sendo devorada pelos zumbis ao redor. Assim como naquele filme que esqueci o nome, não é que eles mordam e arranquem nacos de carne como zumbis, eles parecem arrancar nacos de energia.
A moça já está meio morta e seu lindíssimo corpo todo nu é alvo de muito desejo zumbi por sua beleza e sensualidade e eles se atiram sobre ela.
Também numa clara, clara influência daquele vídeo que assisti ontem sobre a entrevista do Mel Gibson dizendo sobre as orgias satânicas em Hollywood, coisa que me pareceu para lá de picareta mesmo assim algo pegou, o que esses zumbis procuram é estragar ao máximo aquela beleza toda.
Eles tem prazer em deturpar coisas belas. É o que fazem com a moça e uma zumbi feminina ali, que é mais maquiavélica, então faz assim: ela pega uma criança ou um bebê e com seus poderes de zumbi, pois isso não é possível, joga essa criança dentro do plexo solar da moça. Não na barriga, como se fosse grávida, aqui na parte de baixo das costelas.
Aquilo torna aquele belo corpo da moça uma anomalia de circo,c omo aquelas mulheres de duas cabeças, pois a cabeça dessa criança, que parece ser uma menina, fica visível ali no plexo solar da moça. Como no filme mesmo, no qual a cabeça da garota surge incorporada no púbis da mãe monstra dela. Os zumbis deliram com aquilo, conseguiram seu intento macabro, pois a moça de bela passa a ser uma aberração.
Me admira que eu, ali de expectadora, não chegue a ficar chocada com aquilo.
E então... parece que fica claro que isso tudo houve no passado, pois estou meio do lado de fora da casa,q ue está vazia e penso comigo assim,com toda a clareza:
– Mas.... vou morar numa casa onde ocorreu essa desgraceira toda?
Até então era como se,c omo disse,estivesse vendo algo que iria rolar ainda ,mas no fim fica claro e colocado que isso era algo que teria acontecido no passado,e não um passado super recente.
Fico ali com essa questão, mas já percebo que sim, super posso morar ali, mesmo tendo ocorrido ali no passado uma coisa medonha dessas.
IMAGE CREDITS MERT & MARCUS | NADJA AUERMANN | VOGUE ITALIA DECEMBER 2019