I AM DRAGON

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9min de leitura

{11 de março de 2019}

Meus sonhos são um milagre vivo e mesmo assim, oculto.

Estou nesse carro. Estou indo, a caminho. É noite. A sensação é intensa e boa.

A rua ao redor está cheia e animada.

Tem alguém no táxi comigo, parece ser uma figura feminina que seria quem de fato estava no táxi e eu era uma espécie de acompanhante ou carona até.

O táxi chegou ao seu destino e essa minha amiga, ou quase isso, muito expedita, já encerrou a corrida e desceu rapidamente.

E mesmo sendo um uber ou talvez não fosse, para finalizar a minha parte tenho que pegar o cartão de crédito e não fui tão expedita como minha amiga. Só ali no derradeiro segundo, depois que ela desceu, é que começo a me mobilizar nesse sentido.

O motorista, olhando rapidamente na minha direção, explica que não pode ficar ali parado pois vem trânsito atrás, e segue em frente.

Fico achando o cartão,p ensando no tanto que vou ter que voltar a pé.

Nisso o motorista foi colocando o carro onde dava e acabamos num lugar que parece um pequeno túnel quadrado revestido internamente de madeira que lembra coisas da Inglaterra antiga, tem um ar feudal, ou talvez depois, pré-revolução industrial.

Sei lá, a palavra “estalagem” me ocorre.

O carro pode parar ali e é o que faz enquanto fico ainda tentando localizar o cartão.

No que paramos, imediatamente as pessoas que estavam ali naquele local, pois ele abrigava pessoas e não da melhor espécie, se aproximam do carro vendo o que podem ganhar com aquilo.

Parece mesmo cena desses filmes que se passam na Inglaterra, não sei porquê França não, tem mais pique de coisa inglesa. Uns tipos super característicos de filmes que tem estalagem e hospedaria na qual os viajantes entram para tomar sopa e tomar cerveja muito rápido estão na minha janela esquerda, que infelizmente está aberta e não dá mais tempo de fechar.

De repente estou muito vulnerável. Estava tudo bem e de repente me vejo sem defesa nenhuma contra uns tipo claramente bandidos que estão a dois palmos a minha esquerda e eu com a bolsa aberta e carteira de couro bicolor da vida real à vista. Instintivamente me viro para o outro lado.

Isso ofende os bandidos. São dois, um mais velho de uns quase 60 e um um pouco mais novo. O mais novo fala qualquer coisa no sentido de:

– Aî, ela tá achando que somos ladrões, não somos ladrões não.

A impressão que tenho agora escrevendo é que isso aconteceu comigo numa outra vida, pois a lembrança é muito vívida e perturbadora.

No mesmo instante começo a irradiar as melhores vibrações possíveis, tentando fazer com que a situação se dissolva bem.

Eu sempre fiz isso mas agora com esses vídeos do Saint Germain tenho mais consciência do que faço.

O mais velho deles está com uma risada muito ruim. Ele parece ser engraxate e colocou sua caixa de madeira meio ali para dentro da janela, ou melhor, um pedaço de pau bem das dimensões de um falo está entrando ali pela janela, como se quisesse impedir que fosse fechada.

No próprio sonho tenho a noção do quanto esse elemento é fálico, mas não chego a saber que estou sonhando. Se soubesse não sofreria tanto.

Estou muito assustada. Me sinto totalmente vulnerável e sem defesa ali.

O motorista, vendo que quanto mais quieto ficar melhor, ficou meio estático ali na cadeira, olhando para frente.

O mais velho dos bandidos, que nem são tecnicamente isso ,já que o mais velho é um engraxate, mas funcionam como se fosse, percebendo o quanto estão no controle da situação, abre a calça e coloca o pênis para dentro, começando a roçar ele nas costas da minha mão esquerda que está fechada segurando a alça da bolsa.

Aqui escrevendo me perguntando se esse sonho tem a ver com sexualidade ou dinheiro. Muita bolsa na parada.

Então ele fica ali me bolinando e se fosse um estupro completo eu não me sentiria pior.

Fico imóvel, pois não sei do que são capazes. Se bem que agora escrevendo isso me parece um pouco exagerado, o motorista poderia dar uma ré, os caras não estão armados. Estão apenas agindo o pior possível justamente por causa da nossa passividade.

Olho para o outro lado me sentindo como se tivesse uma arma na cabeça mesmo.

Aquilo vai ficando insuportável e o homem está quase chegando lá.

Gemo bem baixinho:

– Não,não.

Estou sofrendo mesmo mas muito no fundo me surpreende que eu seja vista como objeto de desejo, não esperava isso.

E então...

Ah, fecho os olhos e faço aquilo de abandonar o sonho. Como sempre exige bastante força, mas consigo.

No que vejo o sonho de dissolver, imagino a decepção do bandido.I sso me deixa contente.

Como se nadasse para a superfície, me forço e me forço a abandonar o sonho.

E então acontece algo que de longe redime essa passividade toda.

Não lembro como nem porquê eu retomo o sonho e sem que pense conscientemente nisso, estou ao par de uma nova capacidade minha.

Nova mesmo. Mesmo no sonho tenho consciência de ser a primeira vez que faço aquilo e que me tornei capaz de fazer aquilo.

Com a mesma força mental que estava empregando para escapar do sonho e deixar ali meus agressores desapontados, utilizo para mudar minha forma. Mudo minha forma para a de um dragão. Faço tudo isso sabendo que é a primeira vez que sou capaz disso e ao mesmo tempo com muito controle e tranquilidade e...eficiência.

Me transformo num dragão assim de uns 3 metros com as asas abertas, escuro, mais parecido com o dragão do filme I am dragon do que com os da Danaeris do Game, graças a deus.

Também com a força mental formo um jato de fogo que sai da minha boca.

Estou voando fora do táxi e jogo meu fogo sobre o primeiro bandido e depois vou atrás do mais velho, o bolinador,e jogo um jato bem forte nele. Não existe um sentimento de maldade nisso, mas de eificiência. Ele estava ali me agredindo,que seja completamente destruído.

Apenas nesse momento não me sinto totalmente incorporada nesse dragão e fico na dúvida se virei mesmo um dragão ou se estou fantasiando isso dentro do sonho mas de qualquer forma, o efeito sobre o bandido não deixa nada a desejar. O fogo o atinge mesmo.

Então de vítima totalmente indefesa eu passei a ser um dragão.

No próprio sonho me espanta um pouco essa escolha, mas pensando bem, um bicho que assusta, voa e atira fogo pela boca é mesmo a melhor escolha para eu me transformar.

Aí depois disso volto voando para uma casa muito parecida com a do outro sonho que tive sobre alojamento comunitário e também meio isso, uma pensão ou alojamento.

Estou curtindo isso de ser dragão, entro pela porta voando apenas para causar efeito, saio,vôo sobre a rua e então penso:ok,chega.

E graciosamente retomo minha forma humana.

Entro de novo pela porta para resolver meus inúmeros problemas que giram me torno de me aprontar para ir numa praia com a Lú, tendo que achar um banheiro ali para tomar banho vestindo um tomara que caia ou frente única muito mal amarrado que fica caindo o tempo todo e mal me cobre. Fora que para variar há uma questão sobre onde seria meu quarto. Mas a prioridade é encontrar um banheiro onde possa tomar banho.

A casa é uma espécie de cortiço atraente. Ficaria prestando atenção se não estivesse tão focada nos meus problemas.

Há uma mulher que parece ser proeminente ali, uma das donas do local, que deixando bem claro o quanto me acha simpática me fala que posso tomar banho num dos banheiros mais privativos, talvez reservado para os proprietários.

Estou vendo esse banheiro e ele tem uma banheira bem boa. Nisso esse top desajambrado que fico o tempo todo colocando no local solta um fio e meu seio direito fica a mostra.

Ela o olha e diz:

– Que lindo seio.

Não chega a ter um toque lésbico mas não quero ficar me expondo e rapidamente dou mais nozinhos ali no frágil fio que prende tudo aquilo.

Então tenho essa banheira e ando ali pelo confuso,apertado e cheio local,que mesmo assim está cheio de vida e pessoas legais e se isso não representa minha vida atual não sei o que mais poderia ser uma imagem exata.

A locomoção ali é vagarosa e complicada que nem eu entre minhas questões atuais.

Então vou até o fundo do local acho que para pegar meus pertences e levar para o banheiro, já que tomar um banho decente era o primeiro passo para resolver minha situação.

E nisso de repente um grupo de crianças se juntou ao meu redor e eu meio que deixo meus objetivos de lado para ficar ali meio cuidando delas, algo assim.

Não como uma auto anulação, mais como se são crianças ali meio precisando de um adulto cuidando, isso se impõe. E o sonho não critica isso.

O grupo de umas 8 crianças é meio que liderado por uma garotinha decidida de uns 9 anos. Eles querem ir na praia mas no quintal dão com uma grande piscina e decidem dar um mergulho.

A piscina me causa uma sensação contraditória, é atraente e meio sinistra ao mesmo tempo. A água não parece estar muito limpa mas pode ser que seja por causa do tempo fechado e de ser um volume muito grande de água que fica escuro ali sem sol.

As crianças todas se jogam na piscina naquela impulsividade infantil mesmo. Eu vou no embalo pois estou louca por uma água e aproveito a chance, mas dentro da piscina vou achando tudo mais e mais estranho e vou já procurando sair.

Fica uma tênue dúvida se tem algo estranho mesmo ou se eu estou querendo ver coisas sinistras por ser uma piscina. Mas o sonho corrobora e já estou bem ciente do quanto sonhos não me obedecem.

Vejo a sombra de um tubarão enorme passando lá embaixo.

Eu já estou meio fora da piscina e grito para as crianças:

– Todo mundo sai da água agora! Agora!

Meu tom é o suficiente para convencê-las. Algumas saem mas outras que estavam debaixo da água não me escutam. A menina parece que também não saiu.

A água está se tornando mais e mais escura e logo entendo a razão: o tubarão abocanhou a cabeça de uma das crianças e está comendo ela.

Ali fora da piscina me dou conta do que o sonho pretende:

Vou ter que me transformar no dragão e mergulhar ali para salvar as crianças.

Ficar frente a frente com o tubarão para salvar as crianças.

Por frações de segundo a impressão que tenho é que não serei capaz, mesmo que poucas coisas no mundo me mobilizem mais do que a defesa de crianças. Curiosamente a única coisa que anula em parte o poder do dragão é estar debaixo da água mas mesmo assim é um bicho, um dos poucos, a altura de se meter numa briga com um tubarão que deve ter o meu tamanho.

Mas para minha própria surpresa, no que ainda estou nesse pensamento de não ser capaz, já faço aquilo de me transformar conscientemente e sem me dar tempo para reagir me atiro na piscina. Tudo isso por causa das crianças.

Aqui fica confuso. Meu maior medo era ficar cara a cara com o tubarão, ver ele.

Isso não ocorre. A cena fica confusa. Tudo o que fica colocado é que salvo as crianças sem precisar pegar nenhuma, como se minha entrada fizesse o tubarão largar aquela que mordia e isso dá tempo para as demais escaparem.

Depois desse mergulho super corajoso, em seguida já estou fora da piscina novamente e todas as crianças também, O menino que tinha tido sua cabeça mordida não fica mais em cena como se tivesse escapado ou não tivesse acontecido. Todas as crianças estão salvas. Ainda estou como dragão e uma vez fora da água,l anço um jato de fogo na direção da água onde, pela primeira vez, tenho a visão plena do tubarão com sua boca aberta cheia de dentes, a visão que eu temia não ser capaz de suportar se visse dentro da água na minha frente. Ainda assim, de fora dágua, incorporada num dragão ela me assusta ao máximo. Mas mesmo com medo estou sendo capaz de agir.

Lanço meu jato e começo a me afastar com as crianças mas no último segundo ainda me passa pela cabeça que ainda terei que me deparar com o tubarão da maneira que mais me assusta, debaixo dágua. Mesmo tendo ao meu dispor essa nova capacidade, isso me apavora muito.

IMAGE CREDITS NOT MINE













{11 de março de 2019}

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