{30 de agosto de 2015}
Se não tivesse imediatamente feito uma lista mental dos detalhes teria esquecido.
Estou no que parece ser um supermercado.
Há um Zeppelin, tão grande como um Zeppelin real, voando dentro do supermercado. De dentro dele são lançadas almofadas. As almofadas caem no chão e as pessoas ao redor pegam o que vem dentro delas,como prendas.
O ponto todo é que a minha almofada não vem.
Espero que venha a almofada que me pertence (existe isso de propriedade) e que tem o que eu quero,q ue no caso seria um doce envolvido em papel alumínio verde, de um tom meio menta. Caiu uma almofada agora há pouco, ui olhar,não era a minha, porquê não tinha o tal doce dentro.
Estou revoltada porquê acho que estão me negando a almofada de maldade. Do chão, olho para o interior do Zeppelin, que fica bem a mostra porquê existe uma grande abertura na base dele que permite que se veja bem seu interior.
Acontece algo bem interessante. Estou parada no chão, o Zeppelin parado no ar. Ao meu redor outras pessoas pegam suas prendas de dentro das almofadas que já foram jogadas. Olho para cima, para o interior do Zeppelin. Desconfio que minha almofada ainda esteja lá e eles estejam de sacanagem comigo.
Tudo o que consigo ver é que o interior do Zeppelin está ocupado por uma orquestra, que está sendo regida por uma figura masculina meio malvada. De lá ele me grita garantindo que a minha almofada não está lá. --–Não tem mais nada aqui, não tem mais nenhuma almofada aqui, já foram todas, ele diz. E continua a reger a orquestra.
Olho e tristemente parece que ele está certo. Não avisto mais almofada nenhuma lá dentro. Parece que já foram todas lançadas. Mas estranho alguma coisa.
Acho meio estranha a atitude dele, muito estranho aquilo de inventar de fazer a orquestra tocar bem naquele momento, meio nada a ver, e acho que ele está um pouco a mais do que o normal procurando fazer a orquestra tocar bem alto.
Então dou alguns passos para o lado e mudo meu ângulo de visão.
E ali, daquele ponto, sou capaz de enxergar mais as laterais do interior do Zeppelin, coisa que estava fora da minha vista antes.
E vejo assim: existe, na lateral direita desse piso onde está a orquestra, uma sala fechada com vidros e dentro dela, a minha almofada. que tem o tamanho assim de um fusca quase e se comporta como um ser vivo. Está batendo na porta tentando sair. O homem mau a trancou lá.
Aliás, como num sonho anterior, a almofada é do tecido brocado chinês, mas em formato quadrado.
O homem mau justamente pretendia, com a música abafar o barulho que a almofada fazia batendo na porta.
A situação fica clara, ele estava mesmo me sacaneando.
Vejo que a almofada é grande e forte. Não está conseguindo sair porquê fica batendo na porta, que é de madeira, mas a parede lateral da sala onde está presa é de vidro, uma dessas paredes meio vintages que são de madeira até um metro de altura e depois vidro. Um vidro besta, nem deve ser muito grosso.
Grito para a almofada:
– Arrebenta isso aí e vem aqui!
A almofada, que apesar de grande e forte não devia ser muito esperta, ou quem sabe precisasse da minha autorização, no que me escuta, sai da porta e se atira contra o vidro, que se quebra facilmente e de lá ela pula para fora do Zeppelin pela grande abertura que existe.
Quando vejo ela vindo sobre mim, fico um pouco apreensiva, ela é bem grande.
Mas dentro só tem plumas e coisas macias, penso, não vai me machucar. E o mais importante, dentro tem o que eu quero.
Só uma coisa que lembrei:eu me comunicava com a minha almofada através de palmas. Batia palmas e a vibração das palmas fazia com que ela reagisse. Tanto que quando não estou vendo ela ainda, bato palmas. E isso é que faz com que ela comece a tentar sair ali do quarto.
IMAGE CREDITS MELVIN SOKOLSKY | JENNIFER ANISTON | HARPER'S BAZAAR DECEMBER 2014