Esse foi um trecho de um sonho que eu tive recentemente, não saberia dizer qual. Outro dia mesmo lembrei dele, e agora no parque, rezando para as Forças Superiores, acho que entendi claro como água o sentido.
No tal sonho, eu ia para lá e para cá por conta de algo que tentava resolver e então, como que numa espécie de break, eu ia até a entrada dos fundos da casa, sim, casa, do mesmo jeito que teve em um sonho no qual uma mulher importante entrava pela porta dos fundos da casa e tinha uns cachorros que eu mantinha fora, e nesse sonho de agora eu abria a porta para uma figura masculina que de tão vaga parecia um fantasma entrando, mas era uma pessoa real, e enquanto eu voltava para a parte dianteira da casa minha atenção primeiro ia para o banheiro.
Passo por um banheiro que, seguindo da porta dos fundos em direção a entrada da casa ficaria a minha esquerda, e ele está bem precisando ser limpo, não a limpeza semanal mas tipo nunca havia sido limpo. Não estava asqueroso nada disso, mas limpeza pesada. Mas me sinto super preparada para fazer, ainda mais que comprei o desinfetante verde na vida real e no sonho ele estaria, devido a isso, presente.
Minha única dúvida é quando fazer essa limpeza.
E então emerge o que seria a situação mais forte do sonho quase que todo, pois foi o que permaneceu.
Seja lá o que for que eu estou fazendo, estou sim botando ordem na casa. Já coloquei o banheiro na lista, a outra próxima coisa seria o quarto da Lú.
A Lú morava comigo em um quarto grande, tão bagunçado como quarto de adolescente.
Vejo ela ali pela porta aberta e primeiro digo a ela para arrumar o quarto.
De dentro do quarto ela se vira para mim, ali de pé, e explica uma série de razões pelas quais não pode arrumar o quarto. Não seria um impedimento físico e sim algo de natureza pessoal. Basicamente ela não gostava de quartos arrumados. Acho que chega até a dizer isso. Ela não gostava de quartos arrumados, gostava do jeito que estava. Agora escrevendo o sonho me veio outros entendimentos sobre…
Mas então eu fico ali parada do lado de fora do quarto, que é ligado direto a essa sala que atravesso, não tem um corredor, com o seguinte impasse.
Eu gosto de casa arrumada. Me sinto bem em casa arrumada.
E a Lú o contrário. Justamente se sentia bem em ambiente caótico.
O que fazer? Quero que a Lú esteja comigo ali na casa. A presença dela é quase o que mais valorizo acima de tudo.
Nem sei quem seria essa figura masculina que entrou mas mal prestei atenção. O que me importa é a Lú.
Então me ocorre a solução. Digo a ela:
– Tá, mas então mantenha essa porta fechada que assim não vejo essa bagunça.
E assim está resolvido
E o que me pergunto.
Seria esse quarto caótico os sentimentos de vergonha, incapacidade, insegurança, medo e culpa que tenho por praticar minhas atividades criativas sem gerar um único dinheiro com isso?
Esse quarto fechado seria o que venho fazendo, que seria coexistir com essas coisas que não gosto e até me fazem mal, para manter a Lú ali comigo pois isso é vital para mim?
Ou seria uma solução permanente, tipo não vou tomar consciência desses sentimentos todos que me perturbam?
Só sei de uma coisa: esse é o assunto desse ano.
Tudo, o sangramento, o que tem sido trabalhado internamente, tudo, tudo sobre isso.
Que venha a solução do problema ou melhor dizendo, a dissolução.
Pois tem sido que o que resolve o problema não é resolvê-lo e sim quando a vida se reorganiza e de repente o problema não existe mais e parece até que jamais existiu
{13 de março de 2024}
IMAGE CREDITS STEVE MEISEL | MODS IN REHAB