MAS ESSE É O SUQUINHO QUE EU GOSTO!

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Eu estava aqui na kit e enquanto o Luciano estava trabalhando no computador ou na cozinha, ficou turva essa parte, eu aproveitava para ir de novo no nicho aqui da kit. Já estava mais do que assimilado que havia esse nicho, essa parte extendida da kit que era quase maior que a própria kit, logo depois de uma porta. Diferente dos demais sonhos sobre os nichos da kit, nos quais não tenho certeza se os nichos existem ou perdi a chave, o nicho é já algo habitual, e sot não tenho ido lá por falta de tempo. Abro a porta e olho.

É, como nos outros sonhos, um espaço do tamanho da garagem da Otonis, com um nicho dentro do nicho e uma porta de garagem. Está limpo mas vazio. Um espaço tão legal, eu penso. Eu devia fazer algo aí. No meio desse pensamento me ocorre até fazer uma outra kit e alugar, mas sinto que esse pensamento vem dessa parte minha que transforma tudo em coisas de ganhar dinheiro. Essa parte é tão prevalecente que mesmo sentindo que esse plano estraga a sensação mágica que o nicho me transmite, essa minha parte segue em frente, já avaliando questões práticas tipo se o inquilino poderia ter avesso independente através da porta da garagem. Estou tão entusiasmada com o nicho que chamo o Luciano par a ver. E nisso assim:

Estamos todos, a família toda, os sobrinhos, meu pai e minha mãe, indo para a casa que meu pai havia comprado.

É tão rara a presença do meu pai nos meus sonhos como protagonista que isso em si indica algo. Meu pai havia comprado essa casa. Tinha piscina e então eu deveria levar maiô, mas como sempre, vou meio despreparada. Esse monte de gente chega na casa logo se espalhando para explorar e a casa parece uma Gregório expandida. Eu fico para trás com a Carina, que tem a idade de agora e se deitou languidamente numa bancada. Esse sonho foi entrecortado e dificil de relatar. Tenho uma vaga lembrança de dizer um poema no ouvido da Cá e depois ficar mexendo no cabelo dela, que está pintado de laranja. Mas então penso comigo que devo mais é cuidar da minha vida, e deixando a Cá, vou explorar o local. A primeira coisa que me chama a atenção é que tem várias outras familias na casa. A casa é grande e fica quase que sem interação de uma familia com a outra, mas isso não deixa de ser muito chato. Eu desço no salão e ali numa mesa retangular no jardim está uma familia de completos desconhecidos. Vou andando pensando em porquê meu pai teria achado que aquela casa seria a ideal para nossa familia

Então chego onde minha família se instalou, que seria numa mesa redonda na parte coberta na garagem da Gregório. No que me aproximo da mesa, digo logo bem alto:

- Mas que casa esquisita.

Fica um silêncio em parte agradecido, pois sei que coloquei em palavras o que todos estavam pensando e mais, penso comigo mesma , sem convencimento nenhum, ou apenas um pouco, que meu papel na família era justamente esse. Meu pai começa meio que a argumentar a favor da casa e então eu noto a minha direita uma larga porta dando para uma ala que ficaria ali depois do que, na casa da vida acordada estaria depois da parede lateral esquerda da garagem, a esquerda de alguem de frente para a porta de entrada. Seria um quarto todo com parede de tijolo descascado, simplesmente lindo. É a primeira coisa ali que eu gosto. Fico até com medo de com meu comentário sobre a casa ser esquisita, ter feito meu pai voltar atrás na compra, pois eu já estou planejando me mudar para essa ala do tijolo descascado.Vou decorar do meu jeito, penso. Mas me vem um certo desânimo. De novo isso de montar a casa dos sonhos do zero... Quantas vezes já passei por isso, sempre recomeçando isso. E então a cena mais marcante. Eu tinha conseguido providenciar apenas pouquíssimas coisas para trazer comigo para a visita a casa. Ainda era apenas uma visita, não uma mudança. Como sempre atrasada, despreparada e desorganizada, enquanto alguns tinham trazido maiô e piquinique completo, uma das poucas coisas que eu tinha trazido era o suquinho de maçã da Yakult, pelo menos algo que eu adoro. Então pego o suquinho e em meio a aquela confusão de coisas que sinto sobre a casa, enfio o canudo na caixinha e começo a tomar e... Está estranho. O suco parece meio quente e tem um gosto aguado e oleoso. E nisso a coisa mais simbólica: eu começo a me convencer racionalmente que só pode ser impressão minha, pois não tem motivo nenhum para nada desses fatos. O suco estava na geladeira, não tem como estar quente. So pode estar na mesmíssima temperatura em que eu costumo tomar. E eu abri a embalagem agora, não tem como estar aguado e oleoso.

- É o mesmissimo suco que eu adoro, digo para mim mesma. E continuo tomando me esforçando para sentir o sabor de sempre, mesmo ele não estando lá.

A impressão que eu tenho, mesmo sabendo que 90% fas vezes essas impressões são nada a ver, é que o sonho mostra que o que eu realmente quero é o nicho, e não a casa expandida do meu pai.

IMAGE CREDITS TERRY RICHARDSON | LINDSEY WIXSON | HARPER'S BAZAAR US OCTPBER 2011

MAS ESSE É O SUQUINHO QUE EU GOSTO!

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