{27 de janeiro de 2024}
Fico achando que entendo os sonhos e muitas vezes eles dão um olé em mim.
Parecia que tinha vários sonhos dizendo para eu comprar o galpão.
Há anos atrás tive um sonho que aliás seria fácil localizar, no qual depois de ficar exaustivamente indo para lá e para cá atrás de coisas, eu pensava com intensa sinceridade que a única coisa que eu de fato desejava era ir na praia.
" Aquilo rompe com tudo o que estava na minha cabeça. Percebo que estava tão difícil me concentrar em arrumar minha mala direito, estava tão difícil focar nessa viagem pelo simples motivo de que...preferia estar na praia. "
Rolou muita coisa e então assim.
Estou de pé, aqui na kit, prestes a me mudar daqui.
A mudança já estava toda praticamente concluída.
Minhas coisas já haviam sido retiradas. Me restava apenas um dia ali, como se eu tivesse enviado minhas coisas antes.
Tem alguma coisa com o Edu nesse rolo mas se apagou.
De pé aqui na kit vazia, penso em então aproveitar para visitar o nicho esquecido da kit.
Já tive mais de um sonho com isso dos nichos esquecidos. Tem até um sonho com esse nome mas não seria o sonho que é lembrado nesse mesmo sonho de hoje, no qual me lembro de como era o nicho, um nicho onde se entrava por uma porta que ficaria ali na parede ao lado a geladeira onde tem aquele quadro da cozinha na roça, e que era maior que a kit em si e que tinha dentro dele um nicho com um teto baixo, que eu havia pensado em limpar e fazer uma área ali e frequentar, mas eu nunca mais quase havia retornado lá, o tempo passando em outras coisas. Eu teria que dar um search com a palavra nicho.
Mas agora eu pensava em ir lá e escrevendo não saberia dizer se isso poderia ou não mudar tudo, pois o que eu sentia com bem menos clareza do que havia sentido isso sobre a praia no sonho do coelhinho, era que esse era meu verdadeiro desejo.
– Mas cadê essa chave? Bem lembro mais como é, eu penso.
Mas eu sabia que era uma desse meu chaveiro que justamente tem um monte de chaves.
Eu poderia sim ir ver o nicho, e agora escrevendo isso tem algo a ver com o Edu, mas não sei dizer o quê.
Só que… começo a duvidar que exista.
– Existe mesmo esse nicho? penso.
E começa a parecer que não, que foi imaginação minha. A realidade do nicho vai se apagando na minha mente.
Nossa que alarmante.
Eu sei o que é o nicho, guias. É isso que chamo de “ vinho ”.
E então algo mais e entro numa sala que seria parte das instalações do André Sturm.
Tipo a produtora dele.
Eu já estava ali há um tempo meio que fazendo algo com ele.
Não me sinto mal nem triste.
Estou ali bem funcional.
Entro nessa sala e aqui não sei como, umas coisas que embolaram mas ao invés de tratar da coisa de trabalho, que era o que me trazia ali, eu sento na cama na qual ele está sentado e ele coloca a cabeça no meu colo, no meu peito.
Não tem nada de sexual nisso, mas tem de afeto.
Nós dois tombamos na cama e eu começo a falar aquele shhh, shhh, como se ele fosse uma criança e nesse momento ele não está infantil, mas como um homem que precisa desse tipo de carinho.
Ficamos nisso um tempo.
Sinto que estou esquecendo coisas mas se isso é o que ficou é o que mais importa.
Então entra ali na sala um rapaz tipo esses que trabalham para o André e em tom de comunicação aguardada, fala sobre algo que chegou do Harry Potter.
O André praticamente dá um pulo da cama e vai com ele.
Eu vou atrás e não sei o que eu pergunto, pois não estou entendendo nada, que o André responde, sem para r de ir em frente:
– O Harry Potter. Quero saber o meu futuro.
Então, enquanto ele , seguido por mim, avançamos através da comprida sala ao lado, fica claro para mim que o André se identificava com o Harry Potter e algo ali que havia chegado sobre o Harry Potter, ou um livro, ou um filme, para o André seria como que ver algo sobre o seu próprio futuro, como eu quando assisto forecast.
Caminhando depressa atrás dele eu pergunto…
– Mas eu não sabia que você se identifica com o Harry Potter. Você se identifica com ele?
O André responde algo vago enquanto coloca seus óculos de Harry Potter e ontem minha mãe contou aquilo sobre os óculos da Chilli Beans modelo Harry Potter e claro que tem a ver.
Então fico ali meio que na porta aguardando e acho que é nesse momento que tem essa forte cena. Estou na dúvida se seria nesse momento ou mais adiante mas acho que foi aqui, pois ali na espera meio confusa, eu penso assim…
– O que o André quer é ser o Harry Potter. E eu, o que quero?
Como num paralelo com o mencionado sonho do coelhinho, com a diferença de que me parece que estou com menos clareza nesse de hoje, eu passo essa questão na minha cabeça como se estivesse diante de uma fada ou gênio me concedendo desejos. E acabo pensando:
– O que quero é não ter medo.
Mas… agora escrevendo me parece que nada disso, o que eu de fato desejo é ir no nicho.
Ali parada curiosamente na passagem da porta aberta, nem fora nem dentro do quarto, me parece mais que eu procuro desejar algo que me pareça o certo e eu meio que “ escolho ” o que desejar, ao invés de ver o que autenticamente desejo.
Então o André passa novamente eu sigo com ele e dessa vez ele entra meio que me conduzindo, pois antes ele parecia quase esquecido de mim, ele entra meio que me conduzindo numa sala que até então era meio que acesso negado não só para mim como geral.
Assim que entramos, pois ele iria fazer não sei o que lá, descubro que a sala abrigava uma vitrine baixa e relativamente pequena, com uma coleção de anéis de brilhante, como o de ontem com a minha mãe.
Fico olhando os brilhantes e penso:
– Ah, então porisso que essa sala está sempre trancada e é off-limits.
Pego num dos brilhantes, fico vendo e além dos anéis teria esse vidro de perfume que minha mãe me deu, esse que tem uns relevos em forma de degraus, acho o mais bonito.
Então comento com o André:
– Mas não é perigoso esses brilhantes aqui na produtora?
– Tenho um super esquema de segurança, ele responde.
E pelo que lembro termina nisso.
Pois bem minhas frágeis interpretações do momento: se eu deixar o nicho para trás vou acabar me envolvendo com o André e não quero isso.
O nicho existe. Eu estive lá ontem mesmo, é isso que eu chamo de “ Vinho ”.
IMAGE CREDITS STEVE MEISEL | LINDA EVANGELISTA | VOGUE ITALIA JUNE 2008