LUCIANO ME AMPARA

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5min de leitura

{24 de abril de 2024}

Só situando pois importa e me consola escrever os sonhos.

No que levantei para ir no banheiro caí na besteira de pensar na minha conta com saldo negativo e pronto, ficou difícil voltar a dormir mas graças a Deus consegui.

Em vias de completar o piloto, o Andtré vai em pagar 10K mas o ponto é que eu não quero continuar desse jeito.

Isso que eu faço vale ouro e deve receber ouro do universo.

Seria uma agência de publicidade que muito remete à Fau ali no corredor das salas de aula, mas sendo ambas as paredes laterais fechadas.

Estou ali trabalhando na única atividade que me deu dinheiro até agora, que é a de publicidade e coisas relativas.

Eu não chego a ter noção das minhas preocupações quando estava acordada, mas estou num estado de espírito do tipo: pois bem, então vou fazer isso para ganhar dinheiro.

Nem estou super mal, mas claro que não estou super feliz. Seria como se o sonho materializasse a forma de ganhar dinheiro como a conheço então.

Na verdade até nem é dos trabalhos piores da vida. Seria uma campanha na qual estou em posição de criativa ali, propondo coisas e não apenas fazendo ilustras.

Aqui serei cuidadosa pois não quero arredondar o sonho.

A campanha seguia sendo criada por uma equipe e tinha ficado ao meu cargo um cartaz. O cartaz da campanha.

Eu não chegava a pensar nas minhas agonias, mas não estava 100% focada ali na campanha. E ficava sim ruminando algo sem forma que na verdade seria isso sobre não querer fazer mais isso para ganhar dinheiro.

Fico indo de lá para cá e a cena que ficou seria a seguinte:

Então tem mais uma reunião e essa seria tipo a apresentação quase final para o cliente. Numa parte anterior eu tinha estado sozinha numa sala que não seria apenas minha, seria uma sala coletiva de criação e sobre a mesa redonda, não sei se importa essa coisas de às vezes as mesas serem redondas, às vezes quadradas, estava todo o material e raffs e lay-outs que estavam sendo desenvolvidos e entre eles meus cartazes, aliás um em especial que seria o lay-out mais recente e completo do cartaz.

Meio distraidamente fico olhando aquilo enquanto em paralelo meus sentimentos vagam por essa insatisfação sem forma que me referi.

O cartaz seria bem grande, tipo A2, com coisas brancas que juro, sem querer ser tendenciosa, acho que seriam geleiras. Tá tendo essa insistência em geleiras em sonho. Mas pareciam sim ser geleiras e a campanha toda teria algo a ver com geleiras e eu tinha feito um cartaz que poderia ser definido como: tem partes bem aproveitáveis e coisas que eu tiraria. Vejo umas coisas brancas e azuladas que seriam as geleiras mas tem uns vultos negros em forma de silhueta feminina que eu meio que até por distração enfiei ali.

Não estava super levando a sério esse trabalho então acabei meio que desenhando à toa.

Mas nesse momento na verdade estou quase sem pensar no cartaz, apenas olhando com a cabeça noutras coisas.

Então tem essa reunião e eu meio que me obrigo a ser operacional.

A reunião já começou. Penso no cartaz. Está bem aproveitável e é nesse momento que eu mentalmente separo o que é usável do que não é. Na verdade seria só o caso de tirar alguns elementos nada a ver que meio por distração eu enfiei ali no cartaz, tipo aquela silhueta negra feminina.

Mas então eu me forço a correr pelo corredor, tenho que me forçar pois meu corpo não tem motivação para isso, para ir na tal sala, pegar o cartaz e ir com ele para a sala de reunião. E o que tem de louco nessa cena é que enquanto eu corro arrastadamente pelo corredor e meio que vôo, eu apago algunas luzes e num primeiro momento até estranho isso mas em seguida me vem um pensamento que não sei até que ponto seria verdade até que ponto seria inventado, de que aquela “ seria uma das minhas funçõe s”. Eu era meio que dona ou sócia ali da agência então a conta de luz me importava. Uma das luzes que apago é daquela luminária de vidros verdes que tinha na casa da Lapa dos meus pai. Mas essa minha “ função ” não soa como algo real e sim algo que estou inventando para justificar algo que na verdade não sei bem porquê estou fazendo. Mas nesse esforço de auto controle chego na tal sala onde estavam todos os lay-outs sobre a mesa e procuro o cartaz e só acho as versões anteriores dele, menores e incompletas. Vou me esforçando para focar e localizar o cartaz até que me dou conta de que não vou conseguir.

Desanimada vou de mãos vazias para a sala de reunião e tem um trecho que não sei bem onde se encaixa no qual eu encho um copinho de plástico de leite. Nem chego a encher tudo, fica tipo 3 quartos. E de passagem, por isso que acho que é antes de eu entrar na sala dos lay outs e não conseguir encontrar o meu, eu passo na sala de reunião onde a reunião já teve início e coloco o copinho com leite na frente do meu lugar, que é ao lado do lugar do Luciano Schwab e falo para ele:

– Esse leite é meu.

Só para ele não achar que eu trouxe para ele.

Mas eu ali no meio disso tudo ou pego outro copo com leite para ele ou penso em fazer isso.

Então retorno para a sala de reunião, é uma cena bem pouco nítida.

Estou ali sentada no meu lugar me sentindo mal, como estava quando estava pensando antes de adormecer, me sentindo meio derrotada e sem valor.

Nisso eu noto na parede minha própria sombra na qual meus cabelos começam a se eriçar como os cabelo da menina do O Exorcista.

Não chega a ser nada de terror, mas eu lembro do filme e lembro também algo que já pensei muitas vezes e que pensei em especial vendo meu cabelo eriçado nas gravações: que quando fico tensa meu cabelo eriça.

O que me parece verdade sim.

E mais desanimada ainda eu cruzo os braços sobre a mesa e afundo minha cabeça ali me sentindo muito por baixo mesmo.

E nisso ocorre a parte mágica.

O Luciano vem sobre minhas costas e também cruzando os braços se debruça sobre mim. Não tem nada de romântico nisso, mas tem de carinhoso e tem uma sensação quase como se ele estivesse me dizendo que eu importo para ele, e que o que eu fiz e faço importa para ele. Nada disso é dito mas eu sinto isso.

Até posso estar enganada, já teve muito sonho que eu reli e percebi que o que eu achava durante o sonho da coisa depois se revelou outra coisa. Mas no soho é o que sinto. Aquilo me consola e parece me dizer: não desista, o que você está fazendo tem valor para mim. E tem mais um homem que do meu lado esquerdo faz o mesmo mas fica indefinido quem seria.

IMAGE CREDITS ERWIN OLAF

LUCIANO ME AMPARA

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