ESSE É O PULOVER QUE EU QUERO VESTIR

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{7 de junho de 2025}

Havia esse homem. Jovem, de cabelos e olhos negros, não muito alto, esguio. Ali num apartamento que remonta ao da minha mãe na Padre Carvalho mas seria com a planta virada para o outro lado do prédio, como o meu apartamento lá, ou seja, na verdade não seria nem um nem outro, ou talvez uma mistura dos dois, eu vinha namorando firme com esse homem.

E então, sem contexto nenhum definido, eu decido que não quero mais. Tem fragmentos de lembrança do sonho indo e vindo na minha cabeça. Envolvem parece que um carro, não tenho certeza, e algo de ruim que esse homem faz. Mas eu digo a ele, acho, que não vou mais ficar ali com ele, o que equivale a dizer que estou rompendo nossa relação e até mesmo um compromisso entre nós que estava meio que subliminarmente sendo colocado. Vejo que ele fica com raiva e se sente traído. Aqui é meio louco enquanto simbologia. O motivo de eu estar rompendo com ele seria justamente ele ter feito algo ruim que havia me mostrado que ele era mau, ou meio mau.

Eu digo a ele que vou embora e já me ponho em rota de saída, justamente por não me sentir mais segura com ele. Nisso uma garota jovem, japonesa, que lembra muito aquela cantora Lisa naquela belissima foto das flores, que usei no post da Essência da Feminilidade, mas só nessa foto, pois essa Lisa tem cara de parede branca e em cada foto parece uma pessoa diferente, de repente seria alguém que também estaria morando ali comigo e o tal homem talvez namorasse nós duas, e ela foge na minha frente com sua mala e é uma fuga mesmo e ela abre a porta do apartamento e já entra no elevador direto da porta, como no apartamento antigo da Lu e eu a incentivo mesmo a se colocar em segurança, como naquela coisa de mulheres e crianças na frente e essa japonesa, que está de cabelo chanel, é mesmo muito linda e delicada e eu quero que ela esteja em segurança e justamente contrariando toda essa minha avaliação da situação como sendo " perigosa", eu resolvo voltar para pegar as minhas botas. Não sei se estou descalça, o que em parte justificaria essa decisão estúpida, digna daqueles filmes de terror nos quais dá raiva ver os personagens estarem sendo perseguidos por um urso e resolverem deixar a machadinha do lado de fora da cabana. Merece morrer mesmo. Mas volto eu para o interior da casa, que nesse momento é a Gassipos, tendo noção de que faço besteira mas fazendo mesmo assim. Acho que estou sim de sapatos porque eu penso nisso, de que estou de sapato, nem tinha necessidade da bota. E a bota em questão seria essa mais resistente que tenho, meio de plástico. Faz um pouco de sentido eu querer fugir com o calçado mais resistente de todos, mas mesmo assim... Passo por aquela porta de correr de vidro que tinha na Gassipos, que dava na cozinha, que no sonho ao invés da porta da cozinha, que ficava no canto direito da parede frente a porta de vidro, dar para o quintal, dava para uma outra sala, parecendo uma despensa, eu entro nessa outra sala, pois é ali que deixei as botas, sento no chão, tiro meus sapatos e começo a colocar as botas. Nisso, ao fundo da sala está o homem moreno, que aliás lembra muito alguém de algum anúncio do YT, está de pé ali e me olha com uma raiva aparentemente controlada. Mas o cachorro dele vem andando na minha direção e é um buldogue bem grande. Eu fico com medo mas de novo, numa segurança longe de ser a que me sinto, digo para meu ex:

+ Fulano, segura seu cachorro.

Acho que o nome dele era Peter. Digo o nome dele várias vezes no sonho.

Ele não mexe um músculo e nisso começa a se revelar a verdadeira natureza maligna dele. Meio que largando as botas ali mesmo, eu meio que engatinho até fota dessa sala, pois não dá tempo de me por de pé. Então estaria no que seria a cozinha da Gassipos. O homem permaneceu dentro da sala da qual eu sai e não pode me ver, mas seu cachorro me segui e parece prestes a me atacar e então eu digo em voz alta:

- Guias, me protejam.

E de fato, o cachorro começa a me circular, como se sentisse ao meu redor uma barreira de algo que não conseguisse atravessar.

Então eu me levanto finalmente e saio correndo. Tenho que aproveitar esse momento em que o cachorro está neutralizado e o homem ainda dentro da sala para me pôr em segurança. Numa coisa que não lembro como se encaixa aqui na sequência dos fatos, o homem solta outro dos seus cachorros, um policial mais agressivo, em cima de mim, mas eu já fechei uma porta e já estou do outro lado da porta de correr de vidro e mesmo que o cachorro acabe por passar a porta anterior, o que iria acabar acontecendo, eu já tive tempo de passar uma corrente juntando os dois trincos de metal da porta e fechando com um sólido cadeado

Pronto. Não tem mais como eles me pegarem, penso

A casa não tem outra saída. Mas mesmo racionalmente estando a salvo, agora estou mais desesperada que antes e saio correndo descalça na direção do elevador, agora sim estou descalça, penso, e acho que deixei inclusive minha mala com minhas coisas ara trás e numa simbologia desagradável mas que vem se repetindo de uma forma muito significativa, eu me sento para fazer cocô na bacia de alumínio que tenho na vida acordada, o intestino está solto, e ainda por cima eu vomito fezes. Isso não deixa sujeira, mas desesperada eu continuo correndo com a calça abaixada.

Finalmente alcanço o elevador.

O pedaço do pulover foi assim e tenho a impressão que mesmo não fazendo parte desse sonho, seria como que um adendo.

Estou vestindo esse pulover azul que na vida acordada a mamãe me deu e que é até bonitinho. Nem é aquele estilo saco disforme que não gosto. Mas num tom de voz que no próprio sonho me soa como de alguém que passou por uma lavagem cerebral, eu repito várias vezes algo do tipo:

- Esse é o único pulover que eu quero vestir, o pulover que me identifica, é esse o único pulover que eu escolho vestir.

Acho que não chego a dizer que quero ser enterrada com ele mas quase.

Guias, nem de longe escolho esse pulover para ser o meu pulover oficial, mesmo sendo ele até que bonitinho e tendo me sido dado pela minha mãe. E que venha o homem no qual eu possa confiar totalmente.



ESSE É O PULOVER QUE EU QUERO VESTIR

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